Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da asma ocupacional?
16 de abril de 2021
Tempo de leitura: 7 minutosUm dos grandes desafios enfrentados pelas empresas é lidar com as doenças ocupacionais, que estão relacionadas às atividades que são desempenhadas por um profissional ou às condições de trabalho às quais o trabalhador é submetido. A asma ocupacional é uma dessas doenças.
Além desta, a dor nas costas, LER (lesão por esforço repetitivo), depressão e problemas cardiovasculares também são muito recorrentes como doenças ocupacionais.
E quem sai perdendo são as empresas, pois toda vez que um funcionário precisa ser afastado por motivos de saúde há queda na produtividade e gastos com novas contratações para suprir a pessoa que está ausente. Portanto, não é nada vantajoso para a organização que os seus colaboradores sofram com doenças ocupacionais.
Neste artigo, você poderá conferir mais detalhes sobre a asma ocupacional, seus sintomas, fatores de risco e como prevenir. Assim, a sua empresa já fica de olho em tudo o que é necessário para evitar o desenvolvimento da doença. Confira!
O que é asma ocupacional?
A asma ocupacional se trata de uma doença pulmonar que é causada por componentes que estão no ar do ambiente do trabalho. Pode ser causada pelo excesso de alérgenos ou por uma sensibilidade da pessoa às partículas suspensas no ar causadoras de irritabilidade nas vias respiratórias.
Com o passar do tempo, esses componentes que estão no ar provocam o estreitamento das vias aéreas e, assim, trazem dificuldades para a respiração. Um ponto curioso é que a asma ocupacional pode se desenvolver depois de meses ou anos da sensibilização, por isso o diagnóstico deve levar em conta todo o histórico do paciente.
Além disso, indivíduos que nunca tiveram asma podem desenvolver a doença se entrarem em contato com partículas no ar que causam a sensibilidade das vias aéreas.
Qual é a diferença entre a asma normal e ocupacional?
É importante entender que existem quadros em que a pessoa já tem asma, ou seja, uma predisposição alérgica a um determinado alérgeno. Assim, quando é exposta a essa substância no ambiente de trabalho, a doença aparece.
Já o caso de asma ocupacional diz respeito à longa exposição a uma substância que causa irritação nas vias aéreas e, dessa forma, leva ao desenvolvimento do quadro asmático.
Em casos em que o profissional já tem asma normal, a doença pode ser seriamente agravada com a asma ocupacional. Por isso, é extremamente importante que as empresas busquem prevenir qualquer possibilidade de surgimento ou agravamento da doença.
Quais são os sintomas da asma ocupacional?
Entre os principais sintomas da asma ocupacional, podemos citar:
- falta de ar;
- coriza;
- respiração ruidosa;
- tosse;
- espirros;
- sensação de pressão no peito;
- olhos lacrimejando;
- irritação no canal respiratório (garganta).
É interessante relembrar que os sintomas podem se desenvolver horas depois da exposição aos alérgenos ou demais substâncias, ou seja, quando a pessoa nem está mais no expediente de trabalho. Assim, para quem não tem conhecimento sobre a doença pode ser mais difícil fazer a associação direta com o ambiente de trabalho.
Além disso, não é incomum que os sintomas diminuam ou desapareçam nos finais de semana ou durante as férias. No entanto, conforme a exposição é mais intensa e frequente, os sintomas costumam se manter mais persistentes.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico da asma ocupacional é realizado por meio da análise histórica de sintomas de asma no trabalho e também podem ser realizados alguns testes de alergia de pele ou função pulmonar.
Para se ter clareza sobre o diagnóstico, o médico deve perguntar sobre os sintomas e se a pessoa foi exposta a alguma substância que poderia levar ao desenvolvimento ou agravamento da doença. Além disso, pode ser realizado o teste cutâneo, em que é colocada na pele uma pequena quantidade da substância suspeita de causar a reação.
Em situações mais difíceis também pode ser realizado um teste de desafio por inalação, no qual a pessoa deve aspirar uma pequena quantidade da substância a ser testada. Assim, o médico analisa se ocorreu uma respiração ruidosa, falta de ar e redução da função pulmonar.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da doença?
O principal fator de risco que pode levar ao desenvolvimento da asma ocupacional é a falta de uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como as máscaras de proteção respiratórias. Sem esse tipo de equipamento adequado ocorre a inalação frequente de substâncias que estão no ar e podem ser nocivas, obstruindo as vias respiratórias.
Existem também fatores macroambientais que podem contribuir para o agravamento da doença, por exemplo, o impacto da industrialização e a consequente contaminação do ar.
Além disso, nos fatores de risco também devemos citar algumas das profissões que estão mais predispostas ao surgimento da asma ocupacional:
- tratadores de animais;
- biólogos;
- profissionais de armazéns, galpões;
- pessoas que interagem com produtos químicos sem o EPI correto;
- médicos;
- veterinários;
- padeiros;
- indústrias alimentares.
Qual é o tratamento para a asma ocupacional?
O tratamento para a asma ocupacional é o mesmo para a asma normal. São necessários medicamentos que visem abrir as vias aéreas, podendo ser ministrados por meio de um inalador. Já os medicamentos que diminuem a inflação podem ser administrados tanto com inaladores ou com comprimidos.
Além disso, para crises mais agudas, podem ser utilizados corticosteroides via oral durante um curto período de tempo. Já para o tratamento mais longo são preferíveis os corticosteroides por inalação.
Em alguns casos, os sintomas podem continuar mesmo após a remoção da fonte de exposição. Para o tratamento, é ideal também que a empresa passe a utilizar medidas de segurança focadas na prevenção da doença.
Como prevenir a asma ocupacional?
Cabe às empresas garantir que o ambiente de trabalho seja saudável e não cause problemas à saúde mental e física dos funcionários. Tanto a asma como outras doenças ocupacionais são decorrentes da falta de prevenção. As medidas podem mudar dependendo do segmento da empresa, mas no geral é preciso ficar atento a alguns pontos.
Em primeiro lugar, assim que for diagnosticada a causa da asma ocupacional é necessário evitar exposições do trabalhador ao agente causal da reação. Sempre que possível, é indicado remover o indivíduo com asma ocupacional do setor que é mais arriscado e desencadeia sintomas da doença. Isso porque mesmo com toda a prevenção, ainda assim podem restar partículas no ar que provoquem sintomas e afetem a saúde da pessoa.
É necessário eliminar a contaminação do local de trabalho e fornecer equipamentos de proteção individual adequados, como protetores respiratórios. A higiene ambiental e a ventilação, portanto, são essenciais para garantir a prevenção da doença.
Além disso, é essencial que os trabalhadores sejam orientados e treinados em relação às medidas de segurança e os riscos de tais substâncias à saúde. Dessa forma, ficam mais atentos à importância das medidas de proteção e podem avisar os seus superiores caso algo não esteja ocorrendo da maneira mais segura no dia a dia de trabalho.
Cuide da saúde física e mental dos colaboradores
É responsabilidade das empresas garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro, caso contrário, só vai ver os seus prejuízos aumentarem. E não se esqueça de que quando estamos falando sobre saúde, estamos nos referindo tanto às questões de saúde física como mental.
A depressão, por exemplo, é considerada uma doença ocupacional e, hoje em dia, já é uma das maiores causas de afastamento do trabalho, causando enormes prejuízos para as organizações. Portanto, cuidar do bem-estar físico e emocional dos funcionários é o melhor caminho para garantir o crescimento da sua empresa.
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