Traição: como você reagiria a ela?

A traição é um tema recorrente na vida de todos. Em algum momento já estivemos de algum lado da mesa: fomos algozes de uma situação ou sofremos com uma traição. Normalmente esse assunto é associado a relação amorosas, mas convido você a pensar em quantas vezes já sentiu-se traído. A lista pode ir longe, desde um segredo divulgado, passando por uma relação de amizade desgastada, a perda de algo muito importante ou até mesmo e perda de um emprego.

Confiar é aceitar a possibilidade de traição

Não, você não leu errado! Utilizando os fundamentos da psicologia analítica, mais precisamente de James Hillman, afirmamos que confiar em algo ou em alguém é conseguir reconhecer a chance real da quebra dessa certeza. Porém, não estamos acostumados a contar com essa possibilidade. Nos habituamos a achar que tudo vai durar para sempre, como se a vida fosse um Jardim do Éden. O problema está em quando nos deparamos com uma traição, seja de alguém ou seja da vida. E a questão se torna complicada e não conseguimos elaborá-la, a ponto de agir de forma destrutiva.

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Os desdobramentos de uma traição

Existem algumas possibilidades de reações, mas as principais, apontadas por Hillman, são:

Vingança: é a intenção de produzir no traidor a mesma dor que o traído está sentindo. Essa ação pode até servir como um alívio. Porém não é psicologicamente produtiva, pois permite apenas pequena redução de tensão e impede a elaboração do significado da traição.

Negação: ao ser traído, o sujeito passa a ver somente a sombra e os defeitos de quem o traiu. Deixa de lado todas as outras qualidades que antes eram valorizadas. Enxerga apenas os defeitos do traidor, como se esses fossem a única explicação para a ação que sofremos.

Cinismo: é comum pessoas traídas passarem a desacreditar em tudo que possa a vir a acontecer de positivo. A traição sofrida é vista de maneira tão intensa que parece não ser possível existir confiança ou amor novamente. E tudo no mundo não passa apenas de atuação sem sentimentos.

Autotraição: a pessoa traída nega qualquer bom sentimento que exista. Se houve amor, passa a ser nada além do que besteira; se houve amizade, não foi nada além de convivência. A principal diferença entre essa reação e o cinismo é que aqui ocorre forte afastamento das relações com a finalidade de proteção para não ser ferido novamente.

Paranoide: essa reação pode ser muito grave, pois impede a reconstrução saudável de uma relação. Na esperança de não sofrer novamente, busca-se através de juras exageradas de amor o não reconhecimento da possibilidade de traição. O problema maior está que normalmente essas relações não se baseiam no amor, mas no poder exercido sobre o outro. Assim distancia-se do real, com idealizações descabidas e que não se sustentam por muito tempo.

É possível perdoar?

A traição está diretamente relacionada ao perdão. Um está contido no outro. O ato de perdoar pode ser um dos mais difíceis de serem executados. Afinal,  implica em livrar o traidor de faltas que tiveram efeitos graves sobre você. Por outro lado, o perdão cria uma lembrança dessa experiência de traição. E essa lembrança em um contexto maior se transforma em novas possibilidades de viver uma relação, além de libertar o sujeito de ressentimentos destrutivos. Também é muito importante que o traidor reconheça e compreenda as consequências de seus atos na vida da outra pessoa.

Não é fácil atravessar situações que implicam em traição. Um psicólogo pode ajudar a identificar os sentimentos e sensações desencadeados por essas experiências. E ainda pode ser um facilitador na elaboração de tudo o que aconteceu. Já ouviu falar em terapia sexual?

Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!

Artigo revisado em 21/10/2019

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Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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