Com que atitudes um mau líder pode destruir bons profissionais?

Um mau líder pode destruir bons profissionais. A qualidade da liderança de uma organização é primordial para o seu sucesso. Na intenção de elevar os lucros da empresa e de conseguir reconhecimento, o líder pouco compromissado com o bem-estar de profissionais em outros níveis hierárquicos se perde em suas ações. 

Como um mau líder pode destruir bons profissionais?

Imagine o seguinte cenário: um profissional dedicado e com dezenas de ideias inovadoras, as quais ele não vê a hora de colocar em prática, começa a trabalhar em uma empresa com uma péssima liderança.

Suas ideias são ignoradas, o seu trabalho é maçante e repleto de obstáculos, a comunicação com os superiores é inexistente e ele ainda recebe críticas por tentar aprimorar os processos internos da organização. Com o tempo, esse profissional começa a se sentir minúsculo e sem importância. 

Como tudo que foge dos moldes irredutíveis do líder é desencorajado, sente que o seu potencial e intelecto estão sendo desperdiçados em um trabalho sem futuro. Logo, não vê a hora de deixar a organização. 

Se o mau líder é adepto a gritaria e humilhação, o profissional ainda teme ser repreendido com grosseria. Ele tenta agradar o líder para não ser o seu próximo alvo, ficando ansioso a cada erro cometido ou desentendimento comunicacional com superiores. 

Profissionais desmotivados como este do exemplo não trabalham com amor nem se importam tanto com os resultados de seus esforços. A paixão pela profissão é reduzida a ponto de questionarem o seu futuro profissional. 

Eles fazem somente o necessário para agradar os superiores, sufocando a própria criatividade. Eventualmente, o estresse, o desânimo e ansiedade tomam conta deles e os levam a buscar outros caminhos profissionais.

Para uma organização, uma grande rotatividade de funcionários é fatal. Pode não parecer a princípio, mas, com o tempo, começa a afetar a produtividade e a rentabilidade.  

Demitir e empregar novos empregados é caro, sem contar que desestrutura a harmonia dos departamentos. Os profissionais mais experientes precisam cessar as suas tarefas rotineiras sempre que um novo funcionário é contratado. Esse ciclo de demissões e contratações torna-se insustentável com os anos. 

Atitudes de um mau líder

Um mau líder não prejudica somente o crescimento da empresa perante os seus competidores. Ele também tem a capacidade de devastar a saúde mental de bons profissionais. Um profissional competente se transforma em um profissional estressado, deprimido, irritável, acomodado e, sobretudo, insatisfeito em poucos meses de trabalho.

O líder que reconhece os colaboradores do seu empreendimento como iguais, independente da hierarquia, automaticamente trilha uma trajetória de sucesso duradoura. 

O mercado de trabalho está cada vez mais reconhecendo a importância de se afastar de modelos antigos de produção e de trabalho, os quais exploravam funcionários com objetivo único de obter lucros. 

Profissionais felizes produzem muito mais, têm ideias inovadoras que colocam a empresa em um patamar acima de seus competidores, confiam nos líderes da organização e preservam a harmonia do ambiente de trabalho. Uma liderança competente é capaz de conquistar tudo isso. 

Já um mau líder pode destruir bons profissionais em tempo recorde. Abaixo, veja algumas atitudes nocivas de um líder cujo impacto na organização é negativo.

1. Evitar conflitos

Conflitos são ocorrências comuns de qualquer ambiente de trabalho. O líder da empresa ou de um departamento deve estar pronto para agir como mediador nessas situações. Isso significar ouvir todos os envolvidos e encontrar soluções práticas para evitar que o desentendimento se repita.

O mau líder não tem a mesma iniciativa. Ele não aparta ou soluciona conflitos entre profissionais, resultando em uma péssima gestão de pessoas. Quando está envolvido em uma situação desagradável, foge e transfere a responsabilidade para terceiros. 

Os funcionários se espelham nesse comportamento. Afinal, por que eles deveriam se importar em resolver um conflito com outro se o próprio líder não o faz?

2. Ignorar o potencial dos profissionais

O mau líder ignora o potencial dos colaboradores por uma série de razões: medo de alguém ser questionado, insegurança, soberba, falta de empatia, descaso com o próximo, e assim vai.

Cada profissional possui qualidades, conhecimentos e competências técnicas que podem agregar no trabalho desenvolvido na empresa. Quando esses fatores são ignorados, os profissionais deixam de se sentir úteis e cautelosos com o trabalho.

3. Ser inflexível

O ambiente profissional é constituído por trocas constantes. São ideias, opiniões e pensamentos diferentes que circulam em um único lugar. O mau líder pode destruir bons profissionais quando não aceita essa diversidade. 

Essa característica tem pouco a ver com a preocupação da qualidade final do trabalho ou serviço. Para o líder pouco competente, os processos precisam ser feitos do seu jeito para que as qualidades que julga possuir sejam validadas. Caso contrário, fica irritado e inseguro.

Ser inflexível é um defeito que atrapalha o crescimento da organização. O mercado de trabalho exige inovação e criatividade constantemente. Logo, ser incapaz de se adaptar a novas tendências e impedir que os profissionais inovem é a receita para o fracasso.

4. Não ter conduta ética

A ética profissional abrange uma série de atributos importantes para o meio de trabalho, como honestidade, empatia, responsabilidade e compromisso com a verdade. O líder que não age com ética desestabiliza os seus profissionais. Suas atitudes duvidosas podem até mesmo chegar aos consumidores, parceiros e investidores, prejudicando a imagem da empresa. 

5. Ficar apegado a processos falhos

Como dito, o mercado de trabalho atual não fica inerte. Ele obriga empresas e profissionais a se adaptarem a novas tendências e a mudarem o seu comportamento. Esse dinamismo deve se fortalecer nos próximos anos, exigindo cada vez mais flexibilidade.

Ficar apegado a processos antigos e falhos é o mesmo que dar as costas para o mercado. O mau líder não modifica processos porque não é aberto a novos métodos e tem medo de implantar ferramentas, equipamentos e técnicas muito distantes de seu conhecimento.

Essa atitude demonstra a falta de interesse em se atualizar do próprio líder. O profissional que busca conhecimento não teme mudanças de processos porque tem confiança em sua inteligência e habilidades.

6. Faltar com organização

Uma empresa precisa ser organizada. Todavia, ainda se vê muita desorganização nas corporações brasileiras. O mau líder pode destruir bons profissionais ao não priorizar a organização dos recursos financeiros e o capital humano da organização

A falta de planejamento de atividades anuais também resulta em frustração e estresse para os funcionários, que precisam correr contra o tempo para reduzir problemas e aliviar perdas. A recorrência desses estados emocionais negativos pode levar ao esgotamento profissional.

Se o líder tem conhecimento que a empresa participa ou realiza um evento todos os anos, por exemplo, por que não se prepara com antecedência? 

Líderes de grandes corporações estabelecem um planejamento abrangente de meses e até anos antecedentes para reduzir imprevistos e organizar tarefas de acordo com seus níveis prioritários. 

7. Ter baixa inteligência emocional

A baixa inteligência emocional de um líder é percebida no modo como ele ou ela conversa e trata outras pessoas, bem como em como reage aos acontecimentos. Um mau líder grita, critica, xinga e humilha. 

Diante de um imprevisto, ele não para e pensa em uma solução, mas, sim, despeja a sua raiva em quem estiver por perto e exige que os outros pensem por ele. Quando um profissional comete um erro (algo natural de qualquer ambiente profissional), ele teme ser humilhado pelo líder. 

Um bom líder ampara e aconselha os seus colaboradores em momentos de crise, além de tomar a frente de situações desagradáveis. Dessa forma, estimula os demais a fazerem o mesmo.

8. Ser egocêntrico

Por fim, um mau líder pode destruir bons profissionais em razão do tamanho desproporcional do seu ego. 

O trabalho em equipe é indispensável para uma organização crescer. Uma empresa é composta por múltiplas pessoas, então, essa característica deve ser estimulada em todos os departamentos, independentemente de suas interligações.

O mau líder não tem essa visão. Ele se importa somente com elogios e reconhecimentos, mesmo quando são vazios. Os comentários positivos elevam a imagem da empresa e, consequentemente, a dele. 

O líder egocêntrico também exige elogios constantes. Quando um funcionário não demonstra ser “puxa saco”, logo fica irritado por não estar recebendo a quantidade de atenção que julga ser necessária. 

Harmonia: a melhor característica do ambiente profissional

Agora que você já sabe como um mau líder pode destruir bons profissionais, pode começar a pensar em como um bom líder eleva a excelência deles. 

As ações, decisões e falas de um líder comprometido com o sucesso de sua organização e de seus colaboradores se refletem na harmonia do ambiente profissional. Além dele ser acolhedor, não gera conflitos nem estimula a baixa autoestima. 

Profissionais conseguem trabalhar e interagir sem hesitação, trazendo ideias que correspondem aos objetivos da organização. Eles também sentem que podem conversar com o líder em qualquer momento para pedir orientação e desabafar. Por isso, é tão importante cultivar um ambiente de trabalho harmônico e empático. 

Um bom líder consegue criar um ambiente profissional que estimula o crescimento profissional, criatividade, relacionamentos interpessoais, comprometimento com a organização, ética profissional e outras virtudes necessárias para o desenvolvimento de qualquer empresa séria.

Ele faz isso através da escuta, da resolução de conflitos, do desejo de querer ver os outros bem e do reconhecimento de conquistas de seus funcionários. Basicamente, tendo a conduta contrária a de um mau líder.

Para mais artigos como este, acompanhe o blog do Vittude Corporate!

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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