A CID-11 trouxe muitas novidades para a forma de lidar com a saúde mental, principalmente com a síndrome de Burnout. Ela, que era caracterizada como um transtorno até 2022, agora é uma doença ocupacional.
Contamos com um número alarmante de aproximadamente 30% dos brasileiros enfrentando a síndrome de Burnout (Fonte: Isma-BR) e muitas empresas ainda não disponibilizam medidas eficazes para o enfrentamento às doenças ocupacionais.
Essas empresas vão ter que correr atrás do tempo perdido, porque a maioria não possui um programa de saúde mental. Aliás, mesmo depois da pandemia, o assunto sequer é mencionado no ambiente de trabalho. Mas negligenciar os cuidados com a saúde mental dos colaboradores agora também é grave para o bolso das empresas.
Está mais do que na hora de encarar que a alta taxa de afastamentos e absenteísmo por motivos de saúde também são gerados por líderes tóxicos e um clima organizacional inóspito.
Por isso, conhecer o conjunto CID-11 e saúde mental pode mudar o panorama atual da sua organização em relação a afastamentos, doenças e todo o dinheiro deixado na mesa.
Neste artigo, você vai ver:
A CID-11 é uma classificação desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que fornece um sistema padronizado para classificar e diagnosticar todas as doenças existentes.
A última revisão trouxe algumas mudanças em relação ao diagnóstico e tratamento de alguns transtornos psicológicos. Conhecer o que mudou é fundamental para todos os profissionais de saúde, inclusive os que trabalham com saúde organizacional.
Além de possibilitar uma recuperação mais rápida e eficaz, é possível estabelecer melhores medidas preventivas. Por isso, também é interessante que o RH esteja atualizado. Afinal, como ele vai conseguir cuidar dos colaboradores sem conhecer as melhores práticas de saúde mental?
Para que você entenda melhor as implicações dessa mudança para as empresas, veja o tópico abaixo.
O caso já citado da Burnout, por exemplo, traz implicações práticas já que o trabalhador tem vários direitos garantidos por lei.
Em qualquer situação de doença ocupacional, segundo uma cartilha do Senado sobre o assunto, a empresa fica obrigada a arcar com todos os benefícios (plano de saúde, FGTS, alimentação, etc.) enquanto o colaborador adoecido fica afastado. E os medicamentos, internações, exames e tratamentos também devem ser pagos pela organização.
Além disso, o trabalhador ainda pode processar a empresa por danos morais, materiais e até dano estético.
Mas, para além das questões legais, é preciso entender que a dupla CID-11 e saúde mental trabalham em conjunto para criar um ambiente de trabalho mais saudável. Ou seja, para além de uma obrigação, existem diversos benefícios para quem coloca os cuidados com a saúde mental do colaborador como prioridade.
Para cuidar da saúde mental dos colaboradores de maneira eficaz e ter bons resultados com esse investimento também é importante conhecer os transtornos mais comuns e como lidar com cada um deles.
Eles podem ser explicados como síndromes que se manifestam por meio de incômodos cognitivos, emocionais ou comportamentais. Além do grande sofrimento psicológico, podem dificultar os relacionamentos pessoais e profissionais, chegando até a diminuir sua rede de apoio e aumentar essa bola de neve de prejuízos psíquicos.
Se mesmo nos círculos sociais mais próximos já pode ser complexo identificar transtornos mentais, no trabalho isso pode passar despercebido ainda mais facilmente. Afinal, os colaboradores estão imersos em diversas atividades e pressões de trabalho e seus sintomas acabam confundidos com emoções do dia-a-dia.
Como saber qual é o nível “normal” de estresse ou ansiedade?
Quando a frustração é só um desapontamento e quanto se transforma em um quadro depressivo?
A verdade é que quando o sintoma persiste, temos que acender o alerta. É nesse momento que os transtornos aparecem com mais evidência e cabe ao RH junto com os profissionais de saúde ocupacional da empresa fazer uma busca ativa do colaborador adoecido para oferecer suporte.
No entanto, o recomendado é prevenir situações como essa sempre que for possível. Estruturar um programa de saúde mental a partir de um diagnóstico da equipe é uma grande ajuda!
São diversos os transtornos mentais que atacam de forma impiedosa os colaboradores. O Brasil está no ranking mundial de várias doenças, como você vai ver abaixo, o que só aumenta a necessidade de estar alerta.
Por isso, fizemos essa lista com os principais e seus sintomas:
O Brasil é o país com mais pessoas ansiosas no mundo todo, segundo a ONU. Essa posição tem sido mantida nos últimos 5 anos e atualmente, significa que quase 20 milhões de brasileiros sofrem com o transtorno.
Ele é identificado quando o indivíduo apresenta medo e preocupação constante, comumente atrelado a uma sensação de perigo antecipada. Os sintomas físicos mais presentes são taquicardia, náuseas, transpiração excessiva, tontura e respiração acelerada e superficial.
A ansiedade também pode levar a ataques de pânico, fobias, crises depressivas e outros transtornos ainda mais graves.
Conhecida como o mal do século, a depressão afeta 300 milhões de pessoas no mundo todo e é responsável pelo déficit de 1 trilhão de reais para empresas anualmente.
O Brasil é o país com mais casos na América Latina e o segundo nas Américas.
Ela pode ser confundida com uma simples tristeza, mas a depressão não só gera sentimentos intensos de desânimo e frustração, como pode causar cansaço frequente e também é acompanhada de desequilíbrios químicos no cérebro.
É uma das dez condições mais incapacitantes, segundo a OMS e afeta até 2% da população brasileira.
Sua principal característica é gerar pensamentos obsessivos e compulsivos, como fechar a porta de casa três vezes para conseguir sair ou deixar os objetos simetricamente organizados na mesa de trabalho.
Isso acaba por prender o indivíduo em um ciclo vicioso comportamental, que pode dificultar sua relação social com outras pessoas.
Esse transtorno de personalidade é caracterizado por fases de mania, em que a pessoa pode ficar num estado de euforia que a deixa dias sem dormir; mas que é seguido por crises depressivas profundas, deixando-a dias sem conseguir sair da cama.
Ele afeta até 4% dos brasileiros e, em muitos casos, requer medicação psiquiátrica de uso contínuo, além de psicoterapia e mudanças no estilo de vida para ser controlado.
Atenção: todos esses transtornos precisam de diagnóstico através de um profissional especializado, normalmente psiquiatras e psicólogos. Eles são os únicos capazes de prescrever um tratamento eficaz e responsável.
Agora que você já entendeu qual a importância de pensar na saúde mental da equipe de funcionários, além de saber seus benefícios e como identificar os transtornos, chegou a hora de planejar o que vai ser feito.
Para te ajudar, trouxemos algumas ações bastante importantes em qualquer empresa. Desde atividades pontuais até campanhas mais completas para que você identifique quais são mais necessárias na sua organização.
Veja algumas a seguir:
Um dos maiores desafios que envolve o bem-estar dos funcionários é justamente romper a barreira do preconceito. Em muitas empresas, falar sobre segurança psicológica e saúde mental ainda é um tabu.
Sabe aquela história de colocar os problemas embaixo do tapete? É bem isso o que acontece. Só que um dia a conta chega e ela vem alta, viu?
Além dos números que já te mostramos, é importante mencionar que os afastamentos no trabalho aumentaram 30% desde 2020. Inclusive, mesmo durante a pandemia, o absenteísmo por causa da saúde mental superaram os afastamentos pela COVID-19.
´Para romper este ciclo, as campanhas de conscientização podem ser muito importantes. Lembrando, é claro, que não adianta falar do assunto só durante um mês específico. Mas esses esforços precisam ser realizados o ano todo.
Vamos parar de achar que saúde mental se resolve de forma rápida? Num mundo corrido, cheio de instabilidade e excesso de tarefas, é muito mais fácil adquirir uma doença ou transtorno mental do que se livrar dele.
Um programa de saúde mental vai ser capaz de:
Ajudando de forma robusta tanto empresas quanto funcionários, você vai ver a vida de todos sendo transformada!
A empresa que cuida dos funcionários é aquela que trabalha de forma preventiva.
Existem várias formas de fazer isso, mas ter pelo menos uma pessoa responsável em observar os colaboradores, colher resultados de avaliações de saúde mental, conversar com os líderes, etc. é fundamental!
Isso previne prejuízos tanto para os colaboradores adoecidos quanto para a empresa.
Com a pandemia, o home office virou uma tendência forte e ainda é uma preferência da maioria dos trabalhadores. Segundo um estudo da Mercer, 43% dos trabalhadores buscam mais flexibilidade no trabalho.
Funcionários com filhos pequenos ou pais idosos, por exemplo, se beneficiam muito de uma jornada de trabalho mais flexível. E isso não significa que ele trabalhará menos. Ao contrário, ele vai se sentir apoiado pela empresa, o que faz ele ficar ainda mais motivado para manter ou aumentar o seu desempenho.
Não existe saúde mental sem D&I. A maioria dos seus funcionários lida diariamente com questões que atravessam o seu gênero, sua classe social, sua raça, seu status de deficiência, entre outros. Tudo isso gera um impacto na saúde mental que não pode ser ignorado.
Fazer isso é contribuir para a piora do bem-estar corporativo. Entender quem os colaboradores são fora do trabalho é fundamental para cuidar deles de maneira eficaz.
Mesmo todas as atividades acima não são suficientes. Elas ajudam muito! Especialmente se nunca foram realizadas na organização em que você trabalha, mas a saúde mental requer cuidados individuais e especializados, com profissionais de qualidade.
O estudo da Mercer citado anteriormente também ressalta que a América Latina é a segunda região em que os profissionais de RH consideram o bem-estar uma das maiores prioridades. Com tudo o que apresentamos para você neste artigo, faz bastante sentido, né?
A saúde mental de 8 em cada 10 executivos é impactada negativamente por chefes tóxicos. É o que diz esta pesquisa divulgada na Folha de São Paulo.
E como fica a saúde mental dos colaboradores?
Mais do que isso: quem cuida de quem cuida?
Esses dois problemas são indissociáveis e exigem resoluções urgentes. Afinal, todas as ações acima só vão ajudar parcialmente se os líderes… não são líderes.
Veja algumas atividades interessantes para realizar na sua organização:
O primeiro passo é sensibilizar os líderes para a importância do cuidado com a saúde mental. Tanto a deles quanto a dos colaboradores. Porque uma vez que eles deixam de ver o assunto como “frescura” é muito mais fácil construir uma relação saudável e construtiva.
Essa é a base para entender que este é, sim, um tema extremamente importante e que afeta tanto o bem-estar do colaborador quanto os resultados da empresa. Não é algo que pode ser deixado para trás.
Saúde mental é um tema delicado e requer uma forma específica de ação. Falar sobre isso no meio de outras pessoas definitivamente não é a melhor opção.
Para que um espaço seguro seja criado e os colaboradores sintam-se à vontade para compartilhar suas questões, reuniões 1:1 são ideais. Tanto as presenciais quanto online, desde que a privacidade do colaborador seja respeitada.
A transparência é o grande segredo!
Mesmo que seja feito um treinamento super completo com os líderes, eles têm um prato cheio de obrigações a serem realizadas e podem não conseguir dar conta de todas as demandas. Menos ainda de ajudar como um psicólogo faria.
Por isso, ter psicólogos organizacionais na equipe ou contar com uma empresa parceira pode ser muito importante para que esse processo não fique travado.
A Vittude possui programas de saúde mental empresarial para reduzir, prevenir e auxiliar no cuidado à saúde mental e ao bem-estar do colaborador.
Atuamos desde o planejamento estratégico até a entrega e acompanhamento dos indicadores comprovando o ROI.
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