Escitalopram: entenda o que é e quando o medicamento é indicado
20 de agosto de 2019
Tempo de leitura: 9 minutosO escitalopram é um antidepressivo conhecido pelo nome comercial Lexapro®, que pertence a classe de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS).
É uma medicação recente, desenvolvida nos EUA entre 1997 e 2001, utilizada em quadros de depressão, ansiedade, entre outros
Para conferir mais detalhes sobre como o escitalopram age no corpo, seus possíveis efeitos colaterais e tratamentos complementares ao uso de fármacos em casos de transtornos mentais, continue a leitura!
O que é o escitalopram e para quem é indicado?
Por ser um inibidor seletivo da recaptação de serotonina, entre os antidepressivos da classe ISRS, o escitalopram é o mais seletivo e, por isso, é bastante utilizado pelos médicos.
Ele age no cérebro corrigindo concentrações inadequadas de neurotransmissores, principalmente a serotonina, que está associada aos sintomas de depressão, pois atua na regulação do humor e da sensação de bem-estar.
Além de casos de depressão, o medicamento é indicado para pacientes com os seguintes casos:
- Síndrome do pânico;
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
- Transtorno de ansiedade social (TAS);
- Transtorno obsessivo compulsivo.
O uso adequado do medicamento com supervisão médica tende a aumentar o nível de energia e sensação de bem-estar no paciente, reduzindo os sintomas do transtorno mental.
As apresentações disponíveis do medicamento
A marca que é referência do escitalopram é o Lexapro®, porém, existem outras com o mesmo princípio ativo. Além disso, há as versões genéricas.
É possível encontrar duas apresentações do medicamento:
- Comprimidos revestidos de 10 mg, 15 mg e 20 mg;
- Solução de 20 mg.
O seu uso tende a ser prolongado e a descontinuação do mesmo nunca deve ser feita sem o acompanhamento médico. Normalmente, a dosagem é reduzida gradativamente até que se pare de tomar o remédio por completo.
No caso de interrupções repentinas, o paciente pode apresentar sintomas adversos, por exemplo:
- Náuseas;
- Ansiedade;
- Dores de cabeça;
- Inquietude;
- Confusão mental;
- Irritabilidade;
- Diarreia;
- Alterações no sono.
Quais são as contraindicações do escitalopram?
O escitalopram não é indicado em alguns casos. De acordo com a bula, é preciso ficar atento às seguintes situações:
- Pessoas com hipersensibilidade ao alérgicos ao oxalato de escitalopram ou outros componentes do medicamento;
- Junto de tratamentos que usam inibidores de monoaminoxidase (IMAO), incluindo linezolida, moclobemida e selegilina;
- Pessoas diagnosticadas com prolongamento de intervalo QT ou síndrome congênita do QT longo (cardiopatias);
- Gravidez e amamentação.
Lembrando que o médico deve ser informado sobre o histórico do paciente e outras doenças e/ou tratamentos para realizar uma análise em relação a qual é o melhor caminho a seguir.
Isso porque, além dos casos de contraindicação citadas acima, o uso do antidepressivo requer precauções em pacientes que têm ou já tiveram:
- Diabetes;
- Comprometimento do fígado ou rim;
- Epilepsia;
- Histórico de convulsões;
- Transtorno bipolar;
- Ataques cardíacos;
- Midríase;
- Níveis de sódio reduzidos;
- Terapia eletroconvulsiva em andamento;
- Doença cardíaca coronariana;
- Baixa frequência cardíaca durante repouso.
Quais são os possíveis efeitos colaterais do remédio?
Como todo medicamento, o escitalopram pode causar alguns efeitos colaterais. Vale ressaltar que, na maioria dos casos, os efeitos desaparecem após alguns dias do início do tratamento.
De qualquer forma, vale consultar o médico se apresentar o seguinte:
- Dores de cabeça;
- Náuseas;
- Aumento ou redução de apetite;
- Ansiedade, inquietude, dificuldades para dormir;
- Sonolência diurna, tonturas;
- Tremores;
- Nariz entupido ou coriza;
- Sudorese;
- Vômitos;
- Diarreia ou constipação;
- Dores musculares e nas articulações;
- Distúrbios sexuais, como dificuldades de ereção, redução do desejo sexual ou retardo ejaculatório;
- Cansaço;
- Febre.
Tratamentos complementares não medicamentosos para transtornos mentais
Medicamentos como o escitalopram são muito importantes em diversos tratamentos de transtornos mentais, porém, é necessário ressaltar que a saúde e a qualidade de vida do paciente são alcançados por meio da combinação de fármacos e outras ações.
O mais importante é que o médico possa entender profundamente o quadro do paciente para que seja traçado um plano de tratamento individualizado.
É sempre fundamental lembrar que o remédio não atua como uma “pílula mágica”, mas faz parte de todo um tratamento com outras frentes de atuação, que podem contemplar:
Psicoterapia
Existem diversas abordagens dentro da psicologia e vale conversar com diferentes profissionais da área para entender qual é a mais adequada para o seu caso.
Independentemente da escolha, o mais importante é ter em mente que a psicoterapia é parte essencial de qualquer tratamento que visa a melhora da saúde mental do paciente.
O processo terapêutico, aliado à medicação e a outros hábitos saudáveis, tende a ser a melhor combinação para atingir os resultados esperados a fim de que o paciente conquiste o bem-estar e qualidade de vida.
Isso porque a psicoterapia garante um cuidado geral e contínuo, ajudando o indivíduo a se entender e a lidar com seus gatilhos, traumas e medos para traçar estratégias eficazes a fim de enfrentar as adversidades da vida.
Exercícios físicos
A prática regular de exercícios físicos é fundamental para manter a saúde física e mental.
Os efeitos positivos para a mente incluem a liberação de hormônios que geram sensação de bem-estar e prazer, o que ajuda a evitar problemas emocionais e a tratar transtornos depressivos e ansiosos.
Portanto, ter uma rotina de atividades físicas é primordial para conquistar resultados significativos aliados ao uso de medicamentos.
Alimentação saudável
Outro ponto que impacta a saúde mental e deve ser levado em consideração é a alimentação.
É fundamental realizar uma ingestão de alimentos saudáveis e capazes de fornecer nutrientes importantes para o bem-estar geral. Ao garantir o bom funcionamento do organismo, vários fatores do corpo são beneficiados, por exemplo:
- Memória;
- Cognição;
- Produção de hormônios relacionados ao humor, sono e bem-estar;
- Níveis de energia.
No caso de quadros de depressão, por exemplo, os pacientes apresentam inflamação crônica e a orientação de alimentação saudável contribui no combate ao processo inflamatório.
Boa rotina de sono
Dormir é muito mais importante do que muita gente imagina, pois é no período do sono que o organismo se regenera e faz as regulagens necessárias.
Você sabia, por exemplo, que ao dormir mal, a imunidade sofre por conta da produção ineficiente de anticorpos?
Além disso, o sono de má qualidade contribui para elevar o estresse e prejudica a regulação emocional, por isso, quem dorme menos do que o necessário costuma acordar de mau humor.
Lembrando que o sono de qualidade é caracterizado por horas seguidas, com pouca ou nenhuma interrupção para que haja um despertar energizado. Não necessariamente significa dormir muitas e muitas horas, mas o suficiente para promover o bem-estar e a saúde do corpo.
Pratique meditação
Muito se fala sobre meditação hoje em dia, principalmente porque, a longo prazo, os seus benefícios para a saúde da mente são notáveis.
Com a prática constante, os níveis de estresse e ansiedade são reduzidos, e outros fatores, como sono, memória e concentração também são impactados positivamente.
Para muitas pessoas, começar é o passo mais difícil, por isso, procure utilizar meditações guiadas e não se cobre muito. Inicie a prática com apenas 5 minutinhos ou até menos e vá aumentando conforme for ficando mais fácil.
Atividades manuais
Já é comprovado que tarefas manuais ajudam a combater grandes problemas de saúde mental, como o estresse e a depressão.
O ato de realizar algo com as mãos, como tocar um instrumento, pintar, desenhar, escrever ou bordar, ajuda a promover o bem-estar e o relaxamento.
Por isso, a dica aqui é incluir pelo menos uma dessas atividades na sua rotina. Com o tempo, você vai sentir o foco no momento presente aumentar, além do estresse e a ansiedade reduzirem.
A psicoterapia como ponto central do tratamento
Conforme você aprendeu até aqui, o uso do escitalopram por si só não garante resultados consistentes a longo prazo.
Para ter mais saúde mental e qualidade de vida, é fundamental aliar o uso do medicamento a outras práticas, principalmente à terapia. Isso porque o acompanhamento profissional de um psicólogo é o ponto central de toda a mudança, afinal, o paciente passa a se conhecer muito melhor para, então, agir em prol do seu autocuidado.
Ao longo das sessões de terapia, o indivíduo se aprofunda em muitas questões que passam por:
- Por que estou me sentindo assim?
- Quais são os gatilhos negativos que me afetam no meu dia a dia?
- Como posso criar hábitos mais saudáveis?
- Quais são as formas saudáveis de lidar com as adversidades no geral?
- O que há por trás dos meus medos?
Estes são apenas alguns exemplos de questionamentos que, ao longo do tempo, vão sendo trabalhados.
O mais importante é entender que sem autoconsciência sobre quem você é, como está lidando com as suas dores e o que é preciso fazer para viver de forma mais saudável, não há remédio que faça milagre sozinho.
A terapia é o foco central que une todas as pontas e garante um cuidado contínuo e profundo para que você não se perca no meio do caminho, combinado?
Se você está pronto para dar este passo, a dica é conferir os(as) psicólogos(as) da Vittude, que são altamente capacitados e atendem de forma online e presencial. Acesse o site e saiba mais!
Você também pode gostar: