A Semana Mundial do Aleitamento Materno foi criada em 1948, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Um dos principais objetivos tem sido encontrar soluções para a prevenção da mortalidade infantil. Ela é realizada anualmente, na primeira semana de agosto, em mais de 170 países. É feita a partir de um tema idealizado pela OMS e adaptado às características regionais de cada nação.
Para as novas mães, uma decisão importante é a de amamentar ou não. O que muitas mães podem não considerar ao tomar essa decisão, é como a amamentação pode afetar a saúde mental, bem como a saúde física da mãe e do bebê.
Agosto é o Mês Nacional de Amamentação. Este mês também inclui a Semana Mundial da Amamentação de 1 a 7 de agosto. Os especialistas compartilham informações sobre aleitamento materno e saúde mental.
Apesar de muitas mães e especialistas em saúde incentivar a amamentação e listar seus inúmeros benefícios, como alívio do estresse, outras pesquisas sugerem que o aleitamento materno não é tão benéfico quanto a maioria das pessoas pensa.
Algumas mulheres ainda argumentam contra a amamentação. Anastasia de Waal, colunista do jornal britânico The Guardian, sugeriu em um dos seus artigos que a amamentação nem sempre é a melhor escolha, e na verdade ela pode até ser a pior escolha por vários motivos.
Há um grande perigo na divulgação de campanhas de aleitamento com títulos como “Amamentação é o melhor caminho”. Esse tipo de campanha pode fazer algumas mães se sentirem culpadas, ou mesmo acreditarem que falharam com seu bebê, quando elas não conseguem amamentar.
Nas semanas posteriores ao nascimento do bebê, uma mãe cansada (e talvez propensa a depressão pós-parto) não precisa de pressão extra. Para algumas mulheres, a amamentação pode ser exaustiva e dolorida. A alimentação do bebê pode não ser um tempo de ligação e afeto. E sim um período em que o filho a mantém acordada a noite toda, e onde a mãe pode se sentir sufocada. Ao estabelecer esse tipo de relacionamento com seu bebê é mais provável que crie um ressentimento nocivo do que um instinto de cuidado e afeto saudável.
Embora a amamentação seja idealmente a melhor opção, alguns especialistas concordam que podem haver desvantagens ao cobrar da mãe uma obrigatoriedade com relação ao aleitamento materno.
No entanto, outros especialistas acreditam que pode haver mais um aspecto benéfico para a saúde mental para a amamentação.
O médico Stephen Davide Frausto, obstetra e ginecologista do Hospital Tempe St. Luke, afirmou que pode haver benefícios para a saúde mental durante a amamentação tanto para a criança como para a mãe. Segundo o obstetra, ao amamentar, um hormônio chamado prolactina é liberado pela mãe, atribuindo sensação de bem-estar e conforto ao recém-nascido.
O aleitamento materno pode criar um vínculo psicológico que faz o bebê se sentir seguro e deixa a mãe plena e feliz sabendo que ela pode alimentar seu filho, agora e para sempre. Ele disse que é melhor fornecer um pouco de leite materno para bebês em vez de apenas uma fórmula; e se as mães tiverem dificuldades em amamentar, podem receber ajuda de especialistas em lactação.
Que a amamentação é a melhor forma de uma mãe alimentar o seu bebê, ninguém discute. No entanto, existem algumas situações em que a mãe não pode amamentar. Casos em que o aleitamento materno pode prejudicar o bebê. Em alguns casos, o bebê também pode apresentar alguma condição e não consegue digerir o leite materno. Essas situações podem acontecer quando:
Em alguns casos, as mulheres que fizeram cirurgia plástica para colocar silicone nas mamas ou realizaram a cirurgia de redução mamária também não conseguem amamentar por alterações na anatomia da mama.
Algumas mães não conseguem produzir leite suficiente para a criança. Nesses casos, elas podem sentir uma sensação de fracasso. As mães precisam lembrar que mesmo algum leite materno é melhor que nenhum.
Mães que estão tomando antidepressivos ou outros medicamentos prescritos para ajudar com transtornos de saúde mental, devem conversar com um médico antes de amamentar. Elas precisam ser orientadas sobre a redução da dosagem de medicamentos que estão ingerindo, a fim de evitar que sejam transferidos para o bebê.
Cynthia Boscovich, psicóloga e psicanalista, que desenvolve um trabalho com mães e bebês, afirma que a amamentação pode levar a benefícios de saúde a longo prazo para as mães e bebês. No entanto, é preciso que todos ao redor da nova mãe acolham e não aumentem a pressão quando esta mãe não consegue amamentar. Ela fala um pouco mais à respeito no vídeo abaixo:
Os efeitos benéficos do aleitamento materno incluem:
Porém, antes de cuidar do bebê, é preciso que a mãe esteja saudável. Que a mãe esteja emocionalmente estável para acolher e transmitir afeto ao bebê.
A amamentação reduz o tempo de resposta ao estresse. Está relacionada não apenas com a depressão, mas com uma série de outros problemas de saúde. Também ajuda a mãe a dormir mais e melhor após o parto. Isso também leva a uma série de proteções de saúde para as mães.
A amamentação tem um impacto na saúde mental de uma mulher. Amamentar e cuidar de um recém-nascido geralmente demanda energia e dedicação. Absorve recursos físicos e mentais, muitas vezes até o ponto de deixar a mulher mais sensível e irritada. Combine isso com privação de sono, mudanças hormonais e você tem uma “mistura perfeita” para a depressão pós-parto.
As diversas vantagens que esta forma de alimentação representa são amplamente conhecidas. Mas, a decisão de amamentar pode ser difícil de concretizar. Podem existir dificuldades reais em dar de mamar. O apoio e a ajuda dos profissionais de saúde, psicólogos e dos mais próximos são essenciais para que as mães consigam ultrapassá-las.
Em caso de dúvidas, a orientação de um psicólogo especializado em mães, puerpério e bebês pode ser importante. Se você está triste e sentindo culpada por não conseguir amamentar, agende uma consulta e cuide do seu lado emocional.
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