Depressão pós-parto é um transtorno de humor que pode afetar as mulheres após o parto. Dessa forma, não tem uma causa única, mas provavelmente resulta de uma combinação de fatores físicos e emocionais
Em mães com depressão pós-parto os sentimentos de tristeza, ansiedade e exaustão podem ser extremos e podem interferir na capacidade de uma mulher cuidar de si mesma ou do filho.
Estima-se que entre 70 e 80% das novas mães são afetadas pela Baby Blues ou tristeza materna, como também é conhecida. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 1 em cada 4 brasileiras sofrem com a depressão pós-parto, quadro que pode durar muito mais do que algumas semanas e apresentar emoções muito mais intensas.
Certamente, o nascimento de um bebê pode desencadear uma mistura de emoções poderosas, da excitação e da alegria ao medo e à ansiedade. Mas também pode resultar em algo que as mulheres poderiam não esperar: a depressão.
Muitas novas mães experimentam o baby blues, também chamada de tristeza materna, após o parto. Baby blues geralmente incluiu mudanças de humor, episódios de choro, ansiedade e dificuldade em dormir.
O baby blues ou tristeza materna normalmente começa nos primeiros dois a três dias após o nascimento do bebê e pode durar até duas semanas.
No entanto, algumas mães podem experimentar uma forma mais severa e duradoura de depressão conhecida como depressão pós-parto. Raramente, um distúrbio de humor extremo chamado psicose pós-parto também pode se desenvolver após o parto.
Contudo, a depressão pós-parto não é “frescura” ou fraqueza. Mulheres que desenvolvem depressão pós-parto possuem maior risco de desenvolver depressão em um outro momento da vida. Se não for tratada, a depressão pode durar vários meses. Se você tem depressão pós-parto, o tratamento imediato pode ajudá-la a gerenciar seus sintomas – e aproveitar seu bebê.
Eventualmente, sinais e sintomas de depressão pós-parto variam, e podem variar de leve a grave.
A principal diferença entre a depressão pós-parto e o baby blues é que os sinais do segundo duram de apenas alguns dias a uma semana ou duas depois do nascimento de seu bebê. Então, esses sintomas podem incluir:
Semelhantemente, a depressão pós-parto pode ser confundida com o baby blues no início. Porém, os sinais e sintomas são mais intensos e duram mais. A depressão pós-parto interfere na capacidade da mãe em cuidar do seu bebê e lidar com outras tarefas diárias.
Contudo, os sintomas geralmente se desenvolvem dentro das primeiras semanas após o parto, mas podem começar mais tarde – até seis meses após o nascimento.
Entretanto, se não for tratada, a depressão pode durar vários meses. O tratamento pode incluir terapia, antidepressivos ou tratamento de reposição hormonal.
Da mesma forma, a psicose pós-parto é uma condição rara que pode se desenvolver dentro da primeira semana após o parto. Assim, os sinais e sintomas são ainda mais graves e podem incluir:
A psicose pós-parto pode levar a pensamentos ou comportamentos que ameaçam a vida e requer tratamento imediato.
Se você está sentindo-se deprimida após o nascimento do seu bebê, você pode estar relutante ou envergonhada para admitir isso. Porém, é importante falar com um médico caso a mãe ou familiar observar algum sintoma de baby blues ou depressão pós-parto.
Assim, agende uma consulta, informe-se e procure a ajuda de um profissional especializado. Um psiquiatra ou um psicólogo podem ajudar a nova mãe e lidar com os sintomas. Contudo, se forem observados sinais que sugiram um quadro de psicose pós-parto, é fundamental obter ajuda imediata.
Decerto que é importante buscar um psicólogo ou psiquiatra o mais rápido possível se os sinais e sintomas da depressão apresentarem qualquer uma dessas características:
Se, em qualquer momento, você pensar em prejudicar a si mesmo ou ao seu bebê, procure imediatamente a ajuda do seu parceiro ou entes queridos, no cuidado do seu bebê. Então, ligue para o CVV (141) ou para um número local de assistência de emergência para obter ajuda.
Considere também essas opções se você estiver tendo pensamentos suicidas:
Pessoas com depressão podem não reconhecer ou aceitar que estão deprimidas. Elas podem não estar cientes dos sinais e sintomas de depressão. Se você suspeita que uma amiga ou sua companheira tenha depressão pós-parto ou esteja desenvolvendo um quadro de psicose pós-parto, ajude-a a procurar atendimento médico imediatamente. Não espere e espere melhorias rápidas. Esteja presente e disponível para apoiar e acolher a pessoa amada.
Não há uma causa única para a depressão pós-parto. Questões físicas e emocionais podem desempenhar um papel nesse quadro.
Após o parto, há uma queda drástica no nível dos hormônios (estrogênio e progesterona) no corpo da mulher. Este fato pode contribuir, e muito, para a depressão pós-parto. Outros hormônios produzidos pela tireoide também podem diminuir acentuadamente – o que pode deixar a mãe cansada, lenta e deprimida.
O início da maternidade é marcada por um período de privação de sono. O cuidado com o bebê nos primeiros dias demanda energia e horas e mais horas acordadas. Com a restrição de sono a mulher pode ter problemas para resolver problemas menores. Ela pode começar a ficar preocupada com sua capacidade de cuidar de um recém-nascido. A mulher pode ainda se sentir menos atraente, lutar com o seu senso de identidade ou sentir que perdeu o controle sobre sua vida. Qualquer uma dessas questões pode contribuir para a depressão pós-parto.
A depressão pós-parto pode se desenvolver após o nascimento de qualquer criança, não apenas na primeira gravidez. O risco aumenta se a mulher e mãe:
Se não for tratada, a depressão pós-parto pode interferir na ligação mãe-bebê e causar problemas familiares.
A depressão pós-parto não tratada pode durar meses ou mais, às vezes transformando-se em uma depressão crônica. Assim, mesmo quando tratada, a depressão pós-parto pode aumentar o risco de uma mulher apresentar futuros episódios de depressão maior.
A depressão pós-parto pode ter um efeito “dominó”, causando tensão emocional para todos perto de um novo bebê. Quando uma nova mãe está deprimida, o risco de depressão no pai do bebê também pode aumentar. E os novos pais já estão em maior risco de depressão, independentemente de seu parceiro ser ou não afetado.
Da mesma forma, os filhos de mães que sofrem de depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter problemas emocionais e comportamentais, como dificuldades de dormir e comer, choros excessivos e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Similarmente, os atrasos no desenvolvimento do idioma também são mais comuns.
Após o agendamento da sua primeira consulta, seu médico de confiança pode encaminhá-la para um psiquiatra ou psicólogo. Então, um profissional especializado em saúde mental criará o plano de tratamento certo para você.
Ou seja, pode ser interessante ter a presença de um membro da família de confiança ou cônjuge. A presença de um ente querido na primeira consulta pode ajudá-la a lembrar de todas as informações importantes a serem relatadas.
Antes da consulta, faça uma lista de:
Assim, não hesite em fazer outras perguntas.
O psicólogo ou psiquiatra provavelmente conversará com você sobre seus sentimentos, pensamentos e saúde mental para distinguir entre um caso de baby blues e uma forma de depressão mais grave. Ou seja, não fique envergonhada. Compartilhe seus sintomas com o profissional para que um plano de tratamento útil possa ser criado para você.
Dessa forma, um médico psiquiatra ou um psicólogo que receba você para um possível diagnóstico de depressão pós-parto pode perguntar:
Fazer um teste para saber se está com depressão pós-parto pode ajudar a identificar precocemente a depressão, aumentando as chances de cura da doença. Assim, se você identificou alguma causa ou suspeita de um quadro de depressão, responda o teste abaixo.
A Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS) é um instrumento de auto-avaliação que pode ajudar pais e mães a saber se está na hora de procurar ajuda. Contudo, o resultado não afirma o diagnóstico de depressão, mas a necessidade de cuidar dos próprios sentimentos e da situação emocional da família.
Contudo, a depressão pós-parto é uma das complicações mais comuns após a gravidez. Então, esta escala de auto-avaliação de 10 perguntas demonstrou ser uma maneira eficiente e eficaz de identificar pacientes em risco de depressão “perinatal”.
Embora este teste tenha sido especificamente desenvolvido para mulheres que estão grávidas ou que acabaram de ter um bebê, também mostrou ser uma medida eficaz para a depressão geral na população maior.
Finalmente, plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Então, acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!
Fontes:
Maio Clinic / Postpartum Progress
*Atualizado em 04/12/2019
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