Crise existencial: como superar essa fase?

Crise existencial, quase todo mundo, em algum momento da vida adulta, vai passar (ou já passou) por ela. Essa sensação de perda do sentido e o constante questionamento sobre a própria existência traz ao indivíduo uma enorme angústia, que pode até desencadear ansiedade e atrapalhar o convívio social.

Mas afinal, o que nos faz passar por uma crise existencial? Que tipo de acontecimentos desencadeiam esse sentimento de dúvida e todos os conflitos internos que vivenciamos?

É difícil responder a essas perguntas, tanto quanto aos questionamentos oriundos da própria crise. No entanto os motivos causadores desse processo têm como característica um trauma psicológico, que pode vir do fim de um relacionamento, da perda inesperada do emprego ou da morte de alguém importante, por exemplo.

Entenda o que é a crise existencial

Mas existem inúmeros fatores que podem resultar numa crise existencial, e cada indivíduo é responsável por buscar as respostas. Contudo, ao perceber os primeiros sinais de que está passando por essa fase conturbada, não tente fazer um auto diagnóstico. Nesse momento, buscar ajuda profissional de um psicólogo ou psicóloga é fundamental!

Acompanhe este artigo para entender melhor a crise existencial, e quais as formas de fazer desse limão uma limonada, superando essa fase de maneira positiva!

Reconhecendo uma crise existencial  

Como vimos, uma crise existencial tende a surgir a partir de algum acontecimento impactante e traumático. Porém, cada pessoa sente e age de forma muito particular e distinta diante dessas situações, e por isso os sintomas, principalmente os de fundo emocional, podem variar bastante de acordo com as experiências de cada um, e em diferentes momentos da vida.

Ainda assim, certos sinais recorrentes apontam para o surgimento da crise existencial, sendo os mais comuns:

  • estafa mental
  • ansiedade
  • necessidade de isolamento
  • desânimo constante
  • pessimismo e insatisfação
  • alterações no apetite
  • sono desregulado
  • sentimento de incapacidade
  • ausência de objetivos e incertezas sobre o futuro
  • dúvidas e questionamentos sobre a própria personalidade

Vamos tentar entender alguns destes sintomas de forma mais abrangente.

Estafa mental

A sensação permanente de cansaço mental, também conhecida como estafa, é um dos principais sinais de uma crise existencial. Isso porque o excesso de pensamentos causado pelas dúvidas e questões comuns ao problema somam-se à aflição de não encontrar respostas rápidas nem soluções imediatas.

Ao passar pela crise, o cérebro da pessoa não descansa e, assim como os músculos que precisam relaxar após um período de esforço, a mente também necessita de pausas. Quando isso não ocorre, surge o estresse e o cansaço mental, que acabam por desencadear outras doenças, tantos mentais quanto físicas.

Ansiedade

Acontecimentos marcantes causadores de algum tipo de trauma geram trazem consigo a ansiedade. Ao vivenciar uma crise existencial, a sensação da incerteza sobre o futuro e de ter perdido o controle da situação motivam o aparecimento desse transtorno, provocando sofrimento com preocupações excessivas e, muitas vezes, irreais.

Necessidade de isolamento

Com a mente cansada e ansiosa, a busca por isolamento é uma consequência bastante previsível. O indivíduo com pensamentos agitados, confuso e perdido procura espaço e quietude para buscar algum nível de equilíbrio, e por isso passa a evitar qualquer tipo de socialização.

E embora essa pareça uma boa saída, o isolamento só aumenta a crise, uma vez que não permite momentos de diversão e nem distração com outros assuntos. Além disso, conversar com as pessoas, falar de seus sentimentos e ouvir o que elas tem a dizer ajuda a perceber formas diferentes de encarar o mundo, o que pode facilitar o encontro das soluções que tanto se busca.

Desânimo, pessimismo e insatisfação

A insatisfação generalizada é um sintoma muito característico da crise existencial, uma vez que os conflitos internos quase sempre giram em torno dos questionamentos sobre a vida, seja pessoal ou profissional, demonstrando que algo precisa ser mudado.

Infelizmente, essa falta de gosto pela vida gera desânimo, e diante de tanta carga emocional negativa, fica difícil olhar para qualquer situação com otimismo. A soma desses fatores aumenta o questionamento sobre as próprias decisões e a sensação de incapacidade.

Ver o copo meio cheio

Mesmo desencadeando sentimentos negativos e confusos, conflitos e reflexões profundas, que abalam o indivíduo sentimental e psicologicamente, uma crise existencial não precisa – e nem deve – ser encarada como algo ruim.

Ao passar por um período de incertezas e questionamentos, o autoconhecimento e o amadurecimento se tornam inevitáveis, resultando numa transformação significativa e necessária para o indivíduo.

Por isso, ao se deparar com esse conflito interno é importante tentar ver o copo meio cheio e entender que trata-se de uma fase, algo passageiro que terá resultados positivos depois de superado.

Como superar a crise existencial?

Como dissemos no início, a crise existencial é um processo natural que muitos de nós enfrentamos ao longo da vida, e que tende a ser muito benéfico, inclusive. Contudo, algumas pessoas podem ter dificuldades de lidar com os sentimentos que essa fase desperta e com as questões que a envolvem.

Diante dessa dificuldade, pode ser necessário buscar apoio psicológico através de terapia. O trabalho do psicólogo, que é um profissional capacitado para orientar sobre a forma de lidar com os sentimentos e adversidades, ajudará a resolver problemas que parecem não ter solução.

De todo modo, é importante que a pessoa que se vê diante dos dilemas existenciais entenda que nunca será possível ter todas as respostas para todas as dúvidas, e que não há problema nisso!

E que, além da ajuda profissional, é necessário assumir a responsabilidade pela própria vida e empregar esforços para superar essa fase. Por isso é fundamental entender as razões de todos os sentimentos conflitantes despertados na crise.

A partir de então se dá o primeiro passo rumo à solução de boa parte dos questionamentos e do reencontro com o equilíbrio emocional que se perdeu em algum momento.

Ajustar as velas e continuar a navegar

Talvez diante de uma crise existencial seja essa a sensação: de ser um barco sem bússola, à deriva no meio do oceano. E muitas vezes enfrentando tempestades que nos fazem crer num naufrágio iminente.

No entanto, é preciso reconhecer que, mesmo em meio as tempestades, somos o capitão desse barco. E que superar a crise existencial requer uma boa dose de resiliência e atitude. Para isso, é essencial buscar alternativas relaxantes e prazerosas, coisas que você goste de fazer e que tenha abandonado pela falta de ânimo.

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Se for muito difícil fazer isso sozinho, convide um amigo ou amiga que seja “pau pra toda obra” e possa lhe acompanhar como forma de incentivo. Aos poucos a vida e o cotidiano vão adquirindo novas formas, e as decisões, enfim, serão tomadas com mais naturalidade e confiança.

Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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Carlos Bentz
2 anos atrás

Eu venho evitado o questionamento da existência desde minha infância, por que sempre que eu me questionava, me descia um frio na espinha, ficava com muita ansiedade, e ficava insano a ponto de uma extrema angústia, que acabava praticando autoflagelo, mesmo que por espasmos de desespero.
Agora que tenho 20 anos, e estou encaminhando minha vida, esse pensamento desgraçado voltou a tona, como o artigo descreveu, me impede de ter uma vida normal, e quanto mais eu tento me livrar desse pensamento, sempre quando minha mente está vazia ele vem à tona.

Kelvis Henrique
3 anos atrás

Isso acontece comigo todos os dias, desde os 6 anos, hoje tenho 15, e sempre penso, – será que isso é nessesario? -. Acho que um dos meus maiores medos é chegar aos 60 ou 70 e pensar que posso ter menos de 20 anos de vida. Bom é isso, atenciosamente, Kelvis.

Helen_Q
3 anos atrás

É normal ter crise existencial, mas isso acontece comigo todo o dia.

Artigo publicado em Autocuidado