O que é resiliência? Um guia completo sobre o assunto

O que é resiliência? Originalmente, o conceito compõe o vocabulário da física, correspondendo às propriedades de resistência de um material — ou seja, sua capacidade de retornar ao estado original, após sofrer diferentes pressões.

As ciências humanas — em especial, a psicologia — adaptaram a palavra e sua definição, passando a aplicá-la para descrever aspectos do comportamento humano. E é exatamente sobre esse sentido que vamos dialogar, neste post.

Será que você é uma pessoa resiliente? Por que esse conceito se tornou tão popular? Em que medida a resiliência corresponde a uma ideia de maior saúde mental e emocional? Siga a leitura e tire suas conclusões!

O que é resiliência humana?

Na vida profissional ou em nossos relacionamentos, enfrentamos adversidades. Em alguns momentos da vida podemos ficar diante de dificuldades econômicas, tragédias ou problemas de saúde.

Ser resiliente, nessas situações, é encarar frustrações, crises, traumas, sendo capaz de superá-las, sem entrar em colapso.

Quando falamos de indivíduos, o conceito, portanto, é um pouco diferente daquele descrito na física. Não esperamos que uma pessoa volte ao seu “estado original”, após sofrer com adversidades.

Resiliência, no caso de seres humanos, não é sinônimo de ser inabalável, impassível, inalterável. Mas resiliente é aquele que passa por situações complicadas, quebras de expectativas e imposições de problemas, conseguindo atravessar esses momentos com uma atitude positiva e produtiva.

Não se trata de não cair. Mas, sim, da capacidade de levantar. E, ao fazê-lo, erguer-se ainda mais forte, com espírito de quem faz do obstáculo um degrau para evolução.

A humanidade sempre vivenciou incertezas e infortúnios. Essa condição não é exclusividade de nosso presente. A trajetória de sobrevivência da espécie e das elaborações culturais é absolutamente marcada por descontinuidades e ameaças. Então, como garantimos a existência e prosperamos? A resposta é a tal da resiliência.

Entenda o que é resiliência na prática!

Primeiro, uma pergunta difícil: como você encara os desafios de seu cotidiano? Não se apresse em traçar uma resposta. Pondere, intimamente.

A verdade é que nosso dia a dia é um manancial para frustrações, de todos os portes. Parece até um tanto pessimista colocar as coisas desse modo, mas o ponto é, justamente, não se furtar de enxergar a veracidade dos empecilhos.

O pessimismo está em ver, nessas frustrações concretas, motivos para prostração e desistência.

Vamos a um exemplo trivial. Digamos que você tenha estabelecido a meta de emagrecer 3 quilos, em 15 dias. Para tanto, buscou orientações com um nutricionista, se matriculou numa academia, reformulou a “decoração interna” da geladeira. Muita disciplina e força de vontade envolvidas!

Porém, os 15 dias se passaram e a balança foi cruel… Ela indica que, apesar de todo o esforço, você atingiu menos da metade do objetivo.

Diante do desapontamento, qual sua atitude? Encerra a dieta por ali mesmo e, já que o negócio não funciona, aproveita para pedir uma pizza? Esquece a academia no dia seguinte? Ou… mantém o foco e experimenta novas estratégias, para potencializar os resultados?

O exemplo pode parecer bobinho, mas ilustra muito bem o princípio das pequenas frustrações e a forma como reagimos a elas. É o eterno conflito entre expectativas e realidade.

Pense no seu dia. Lembre dos momentos em que as coisas não correram como você havia planejado. Não é um exercício agradável lembrar de adversidades, sabemos. Mas, dependendo de seus níveis de resiliência, cada circunstância infeliz pode ter demonstrado que você tem excelente aptidão para respirar fundo e seguir em frente.

Comece a prestar atenção em suas reações. Note aquilo que lhe “estraga o humor”. Por vezes, uma palavra que ouvimos tem o talento de nos desestabilizar por semanas!

Quando tomamos consciência do que nos atordoa, do que nos esvazia o ânimo, podemos aprender a incrementar nossas defesas e não sucumbir.

Ser resiliente nos relacionamentos

Hora de adensar nossa discussão! Que tal pensar em como a resiliência se aplica em relações amorosas?

Todo o discurso que redigimos acima se aplica perfeitamente nessas circunstâncias. Especialmente nos fins de relacionamentos.

O término de um namoro ou casamento pode ser encarado de múltiplas formas pelos corações partidos. É natural — e mesmo saudável — que a tristeza dê as caras, que uma sensação de certo “fracasso” se insinue.

Surgem dúvidas, incertezas quanto ao futuro e até a autoestima pode ficar abalada. Lembra que falamos que resiliência não é sinônimo de não cair? Então…

A questão não é ignorar a frustração, mas encará-la.

Olhar para a experiência, reconhecendo erros e acertos. E, nesse processo, buscar sair fortalecido, com atitudes mais empoderadas e confiantes.

Não se iluda: não é mais resiliente quem logo inicia um novo relacionamento. Essa não é a medida do sucesso de superação. Não se trata de buscar estar bem, com outra pessoa. Mas sim de estar pleno consigo mesmo, fazendo do sofrimento um trampolim para autoanálise e conquista de uma identidade mais rica.

Admiramos o herói na medida em que ele vence as agruras de sua jornada. Sentimos empatia por personagens heroicos porque nos projetamos nas metáforas de suas histórias. Compreendemos o peso de uma derrota e vibramos quando ele consegue voltar à luta, mais obstinado e ciente de suas fraquezas.

Admiramos o herói porque ele não se esquiva do sofrimento. Quem usa atalho são os vilões! Já reparou?

Sem que, necessariamente, usemos a palavra, o que nos leva a amar um herói, um personagem de livro ou filme cuja conduta nos inspira, é sua resiliência.

O que importa não é o final feliz, mas o percurso. É a trajetória que revela e desenvolve a personalidade. E até aperfeiçoa os superpoderes!

O fim de um relacionamento pode ser um convite a uma “jornada do herói”. Independente de que tipo de relacionamento estejamos falando.

Como desenvolver resiliência no ambiente de trabalho?

O que é resiliência, nesse contexto? Podemos começar dizendo que é uma das competências privilegiadas nos atuais recrutamentos e seleções de funcionários.

Profissionais resilientes se adaptam com mais facilidade a mudanças, concentram-se na solução de problemas, conseguem administrar melhor as emoções e os humores, são inovadores e também autoconfiantes.

Parece muita coisa? Mas é um fato. E todos esses atributos repercutem no relacionamento com colegas de trabalho, clientes e superiores.

Lembra do exemplo do dilema com a balança? No ambiente profissional, o cotidiano pode ser povoado por frustrações muito parecidas, quando metas e expectativas não se concretizam.

As empresas valorizam os colaboradores que estão preparados para desafios. Pessoas que entendem que os imprevistos são parte da rotina e é necessário “jogo de cintura” para não deixar um problema desencadear um retrocesso.

Será que você tem esse perfil, tão cobiçado por empregadores — e crucial para empreendedores?

Questione-se:

  • Diante dos entraves e pressões, como fica o seu humor?
  • Como você interage com as pessoas em situações de conflito?
  • Qual sua postura diante das falhas?
  • Ao não atingir uma meta, você busca culpados ou soluções?
  • Você consegue ser criativo ou incomoda-se quando precisa atualizar seus métodos?
  • O quanto sua vida pessoal interfere em seus resultados?

Um bom professor, por exemplo, sabe muito bem o que é resiliência. Todos os dias, ele precisa preparar sua aula e, certamente, quando a planeja, imagina o sucesso na promoção do aprendizado.

Ele pretende encontrar uma classe de alunos interessados, ávidos pelo diálogo e que expressem conhecimento ativo na ocasião das provas.

Mas será essa sua realidade diária? Uma aula elaborada com afinco pode encontrar alunos sonolentos, por vezes desrespeitosos. Ao aplicar uma avaliação, pode se deparar com erros grotescos, como se nada do que disse, enquanto se empenhava em ensinar, tivesse surtido qualquer efeito.

A frustração acontece, o desânimo, idem. Porém, depois dessa aula, ele tem outras a ministrar. Se entrar cabisbaixo e derrotado diante da turma, a tendência é que a situação se repita.

O bom professor se adapta

Recupera a motivação. Investe em novas estratégias para encontrar diferentes resultados. E se sente revigorado quando os atinge.

Ele não se preocupa em estabelecer de quem é a culpa pelo fracasso. Ele analisa o problema, pondera o cenário de sua atuação, investiga estratagemas para driblar o desinteresse. Enfim, o bom professor sempre se renova, se reinventa. Aprende.

Já o profissional pouco resiliente se vitimiza. Não consegue enxergar alternativas. Possivelmente, se deprime e se estressa em demasia. Obviamente, sua produtividade cai. Seu “baixo astral” acaba afetando, também, a equipe de trabalho com a qual se relaciona.

Entendeu o porquê das empresas darem tanto valor à habilidade de resiliência?

É possível tornar-se resiliente?

Nos exemplos que pontuamos, você pode concluir o que é resiliência, não é mesmo? E ao percebê-la tão enfática para a qualidade de vida — em múltiplos aspectos —, bem como para a saúde psicológica, pode estar se perguntando: posso aprimorar esse traço em minha personalidade?

Aprendemos, na prática, o que é resiliência desde a infância. Quando um brinquedo quebra, quando um amigo nos ofende, quando tiramos nota baixa numa prova. Dependendo da educação que recebemos, tanto pelos pais quanto pela escola, a resiliência nos é mais, ou menos, natural.

Na vida adulta, o convite ao desenvolvimento da resiliência se dá diante das crises. Na análise de nossos padrões de comportamento. Se dá diante da consciência de que a personalidade não é estática. Podemos, sempre, ser melhores, mais otimistas, confiantes e criativos. Resiliência é um hábito a ser cultivado.

No entanto, nem sempre é fácil perceber onde podemos mudar e como podemos empreender atitudes mais positivas. Às vezes, precisamos de ajuda. De alguém que escute nossas narrativas e nos incentive a olhar e avaliar nossas respostas à vida. Alguém que nos provoque a modificar nossas interpretações e ações.

A pessoa mais indicada para nos auxiliar no encontro de maior resiliência é o psicólogo. Precisamente porque sua especialidade é motivar essa virtude.

Pergunte a qualquer pessoa que faz terapia. Ainda que ela não se expresse usando a palavra exata, você notará, em suas respostas, que a resiliência é a chave de seu bem-estar.

Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!

Gostou do artigo? Assine nossa newsletter e receba, em sua caixa de email, notificações sobre nossas publicações!

Leia também:

Frases de reflexão: elas ajudam você a compreender emoções

Meditação: técnicas para acalmar a mente e ser mais feliz

Autor

Tatiana Pimenta

ver outros conteúdos

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta