Gratidão!! Mais do que uma hashtag popular, estamos falando de um dos principais gatilhos da felicidade. Isso não é suposição: é ciência!
Sempre que reconhecemos acontecimentos, gestos, palavras ou pequenos detalhes do cotidiano como “dignos de nota” e agradecimento, nosso cérebro reage, aumentando o nível de dopamina — neurotransmissor responsável, dentre outras funções, pela sensação de bem-estar, humor e prazer. Por consequência, quanto maior a liberação de dopamina, mais satisfeitos e felizes no sentimos.
A situação não para por aí: o contentamento costuma se externar, interferindo na forma como conduzimos nossas relações e atitudes. Nos tornamos mais agradáveis, extrovertidos e abertos a novas oportunidades.
A gratidão, portanto, seria a peça fundamental para uma felicidade cíclica. A engrenagem funcionaria, mais ou menos, assim:
Parece muito abstrato? Então confira alguns exemplos práticos — bem como modos de desenvolver a gratidão em seu dia a dia — e veja como novos (e simples) hábitos podem, efetivamente, enriquecer sua qualidade de vida pessoal e profissional.
Para entender porque gratidão é importante e como, de modo objetivo, ela transforma o cotidiano, vamos começar pelo básico: afinal, o que é gratidão?
A melhor maneira de compreender um conceito é aplicá-lo na prática. Portanto, imagine uma situação trivial, como pedir um café.
Numa situação normal, você recebe o que pediu, agradece, paga e pronto. Fim da história. Porém, se ao trazer o café, o atendente for especialmente solícito, entregar o pedido numa louça caprichada e adicionar um pequeno chocolate mentolado, como um agrado, sua experiência será outra.
Você recebeu mais do que imaginava, mais do que, por direito, merecia. Seu agradecimento passa de mera formalidade para um estado impregnado de certo encantamento. O café se torna um marco em seu dia. E você sai do estabelecimento sorrindo.
Ao seu lado, uma pessoa faz o mesmo pedido e recebe igual atenção. No entanto, como está com pressa, envolvida numa troca de mensagens frenética e com a cabeça longe do presente, nem percebe o que lhe ocorreu.
Ela pode agradecer pelo atendimento. Mas não terá a chance de ser grata pelo que lhe foi proporcionado. Simplesmente, porque não tomou conhecimento daquela pequena dádiva. Sua expressão ao deixar o local? Provavelmente, a mesma com a qual entrou.
Usamos esse exemplo para ilustrar que o sentimento de gratidão não é equivalente ao ato de agradecer — esse, que as convenções e princípios de educação nos estimulam a manifestar. O agradecimento é polido, bem-vindo, gentil. Mas também pode ser bastante “mecânico”.
A gratidão exige mais. Exige percepção acordada, que se surpreende e reconhece que, naquela circunstância, há um valor adicional, algo imprevisto que é motivo de sincero contentamento.
A chave é saber ver. Considerar a experiência de vida como uma demonstração de que muitas coisas podem ser diferentes de nossas expectativas.
Quando nos frustramos, ninguém precisa nos ensinar o baixo astral. Ele é automático. E, sabemos, várias pequenas situações cotidianas podem nos encher de frustrações. Pense em todas as razões de suas lamentações e reclamações. Muitas delas, têm origem em miudezas, bobagens, imprevistos praticamente insignificantes.
Agora, experimente exercitar o outro lado. Observe, nessas mesmas ocasiões, quando algo positivo acontece.
Cultive a gratidão, permita-se vivenciar segundos de prazer ao encontrar a vaga perfeita, ao receber a mensagem de um amigo distante, ao cumprir uma meta, ao assistir a um bom filme.
Não é difícil, nem artificial. É hábito.
Robert Emmons, PhD em Psicologia da Personalidade e autor do livro “Agradeça e seja feliz”, passou décadas estudando os efeitos da gratidão na vida das pessoas.
Em suas conclusões, pontuou vantagens na qualidade de vida daqueles que desenvolveram a gratidão como um hábito. Dentre esses benefícios, destacou:
Você já compreendeu que pessoas gratas são mais felizes, saudáveis, produtivas e resilientes. Afinal, quando encontramos, no dia a dia, estímulos ao prazer e satisfação, nos sentimos mais seguros, bem-resolvidos, recompensados. O hoje sai do “piloto automático” e o amanhã, definitivamente, se sugere como uma possibilidade de superação e descobertas.
Contudo, o caminho para vivenciar a gratidão pode não ser tão instintivo quanto gostaríamos.
A boa notícia é que existe uma tendência denominada “psicologia positiva”, da qual o Dr. Martin Seligman é máximo expoente, que propõe um novo olhar sobre a saúde mental e contempla, dentre outras atitudes, a gratidão.
Antes de passar aos exercícios práticos propostos por essa abordagem, vamos conceituá-la rapidamente.
A psicologia tradicional foca seus estudos e propostas de tratamentos na análise de problemas, transtornos ou distúrbios que, por sua vez, causam prejuízos ao bem-estar, à autoestima, aos relacionamentos, enfim, à saúde mental do indivíduo.
A psicologia positiva propõe uma mudança de paradigma. Ao invés de investigar os males, procura fortalecer e estimular seus “antagonistas”. Ou seja: privilegia as emoções, sentimentos, condutas, ações e pensamentos que sejam sinônimos de felicidade.
Vale destacar que a psicologia positiva não se opõe à tradicional. Ela se desenvolve como um apoio, um complemento, uma ótica colaborativa.
O interessante é que se aplica como uma “filosofia de vida”, destinando-se a qualquer indivíduo que busque maior plenitude e leveza em sua rotina.
Vamos explorar duas estratégias, já bastante famosas. A primeira delas é a “Carta de Gratidão”.
Feche os olhos e deixe a mente vagar, buscando lembrar de uma pessoa que foi muito importante em sua vida. Alguém que fez algo significativo, que fez diferença em sua trajetória.
Talvez, várias pessoas lhe ocorram à memória. Ótimo! Sinal de que você é uma pessoa afortunada e que, realmente, tem muito a agradecer.
Mas para que o exercício possa ser realizado, centre sua atenção em uma pessoa especial. Lembre de momentos específicos que fazem dessa pessoa um alguém a quem você gostaria de dizer um “muito obrigado” honesto e profundo.
Agora, pegue papel e caneta. Escreva uma carta, demonstrando sua gratidão em palavras que destaquem o que aquela pessoa lhe ensinou, o que ela representou, o que sua atitude trouxe de bom, como ela transformou a situação que você vivia.
Em resumo: expresse sua gratidão. Enalteça e reconheça aquilo que recebeu. Agradeça pelos detalhes que fizeram a imensa diferença.
Só de pensar nessa carta, você já se sentirá bem, pois ativará sensações positivas. Ao escrever, sua dopamina lhe deixará ainda mais feliz! Mas o ápice será se você puder ler essa carta, pessoalmente, a quem escreveu. Se não for possível, envie pelo correio.
Apenas um aviso: o bem-estar é tão imponente que você ficará viciado na prática!
Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!
A segunda estratégia é chamada de “Diário das três bênçãos”. Consiste em reservar 5 minutos, antes de dormir, para recordar o dia. Em um caderno, anote a data e registre 3 coisas boas que aconteceram no transcorrer das últimas 24 horas. Não procure por coisas grandiosas: pense com simplicidade.
Enquanto busca o que escrever, notará que a visão de seu dia ganhará uma nova conotação. Perceberá que uma breve e desimportante conversa, na verdade, foi um evento gracioso.
Com o hábito, você passará a prestar mais atenção aos momentos. Vivê-los mais intensamente. E entender o poder do agradecimento como agente multiplicador de felicidade.
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