Primeiro, vamos esclarecer: o que é ser uma pessoa ansiosa?
A personalidade ansiosa é sinônimo de aflição constante. Um estado de alerta exagerado, povoado por preocupações avassaladoras e paralisantes.
Note: constatar “eu estou ansiosa” é bastante diferente de concluir “eu sou ansiosa”. De um lado, temos uma condição natural, porque temporária. É absolutamente normal — e saudável — ficar apreensiva com situações novas, que nos colocam em teste.
Por outro lado, quando a ansiedade se torna um traço tão presente, que acaba por definir nossa identidade, é sinal de que o mecanismo de defesa psíquico perdeu a medida.
Assim, coisas banais se transformam em ameaça à nossa integridade. Tudo adquire — ou tem potencial de adquirir — conotações de perigo. Nessas circunstâncias, o medo e a insegurança passam a nos governar, subtraindo, gradualmente, nossa liberdade.
A ansiedade pode ser tão ou mais incapacitante que uma doença de ordem física. A questão é que não duvidamos da veracidade de uma dor de dente. Mas somos hábeis em relativizar transtornos em nossa identidade profunda.
Entretanto, não atribua a uma rotina ansiosa o significado de “frescura”. Isso apenas fortalece o inimigo, permitindo que seus sintomas se manifestem e ganhem território cada vez mais abrangente.
Portanto, procure enxergar os sinais e busque ajuda de um psicólogo, se notar que eles são persistentes. Algumas batalhas pedem recursos táticos, para não se prolongar em demasia.
Citamos os tipos de pensamentos mais comuns no cotidiano de uma mente ansiosa. Fique atendo se lhe soarem muito familiares:
O corpo, dificilmente, escapará de manifestar consequências do estado ansioso. Dentre os principais sintomas físicos estão:
Posteriormente, é possível amenizar o quadro, a partir do momento em que encaramos o problema. Além de terapia, altamente recomendável, existem outras medidas que você pode tomar para melhorar sua qualidade de vida e impedir que a ansiedade domine sua rotina.
Conheça nossas sugestões:
A ansiedade, tal como a depressão, tem sido identificada como o “mal do século”. Ela está muito atrelada ao estilo de vida que levamos, que implica numa quantidade absurda de compromissos.
Assim, mesmo situações que deveriam ser sinônimos de prazer, acabam ganhando conotações pesadas de obrigações.
Ou seja, na ânsia de sermos produtivos, assumimos incumbências que vão além de nossas capacidades reais. Vivemos na urgência. Na necessidade de sermos melhores, perfeitos!
A personalidade ansiosa está profundamente atrelada a esse acúmulo não administrável de funções. Porém, dê um freio nesse comportamento! Aprenda a dizer não.
Eleja suas prioridades. Desprenda-se do receio de causar desapontamentos. Decerto, o que não for viável hoje, pode ser confortável amanhã. Boa parte das coisas que lhe parecem impreteríveis podem, perfeitamente, esperar por um espaço mais adequado na agenda.
Não precisa se matricular numa academia. Aliás, a academia pode até representar um obstáculo para a pessoa ansiosa, pois presume mais um compromisso, convívio, expectativas.
Igualmente, a atividade física é recomendada porque ajuda o corpo a relaxar. Portanto, procure por modalidades que representem essa possibilidade para você. Uma caminhada despretensiosa já é um bom exercício!
Não raro, a pessoa ansiosa é dada a compulsões. Comida, cigarro, bebida alcoólica e drogas são exemplos comuns. Ou seja, independente de sua natureza, o vício assume o papel de válvula de escape, uma distração para o pensamento.
Quando calma e relaxamento são atrelados a substâncias ou excessos nocivos, a ansiedade não se resolve. Ao contrário, ganha fôlego — seja pela culpa tardia, em virtude dos abusos, ou pela inquietação acentuada, devido aos períodos de abstinência.
Embora costumamos ser bastante compreensivos com “defeitos” dos outros, então por que não aplicar essa postura na autoanálise?
Assim, o conceito de perfeccionismo é recorrente no perfil ansioso. Mas, não se iluda, perfeccionismo não é sinônimo ações plenas, de sensação de trabalho bem feito. É, prioritariamente, uma cobrança por um ideal inatingível, que — paradoxalmente — gera mais estagnação do que atitude.
Portanto, o medo de errar, de receber críticas e repreensões, faz a pessoa ansiosa desconfiar de suas capacidades e escolhas. Ela vive a “ditadura da performance”, sempre se exigindo o ápice de resultados.
Eventualmente, procure administrar as expectativas. Exercite isso em pequenas situações da vida. Dessa forma, aceite ignorar informações, aceite não conhecer todas as respostas. Ou seja, aceite um atraso inevitável, uma nota baixa, uma compra frustrante. A vida segue.
Igualmente, experimente dedicar algumas horas de sua semana a alguma atividade que você tem total convicção de não dominar. Cozinhar, por exemplo. Parta do pressuposto que muita coisa pode dar errado e o objetivo é a experiência. Em outras palavras, brinque um pouco! Relaxe dos padrões. Apenas divirta-se!
Cafeína é ótima para dar um gás. Já o chá pode trazer efeito oposto, emprestando sensação de conforto.
Quando sentir a ansiedade proeminente, evite qualquer substância que possa deixá-la ainda mais desperta. É preferível buscar o equilíbrio com estímulos de serenidade. Por via das dúvidas, deixe uma caixinha de chá de camomila ao alcance de sua tensão.
A música é um estímulo concreto. Encontre o estilo que colabora com sua disposição e humor.
Em aplicativos específicos, ou em buscas rápidas no YouTube, você encontra sons de chuva, de mar, de cantos de pássaros. Pode ouvir para dormir, ou por 30 minutos, numa pausa durante o dia. Ou, ainda, pode deixar o som rolando enquanto trabalha.
Mantras e músicas instrumentais também são excelentes opções. Mas são apenas sugestões. As músicas daquele filme que você adora ou uma playlist nostálgica podem ser tão eficientes quanto. Tudo depende do que você assimilar como incentivo ao bem-estar.
A agenda da pessoa ansiosa é uma bagunça — ou não existe. Eventualmente, aquele medo de estar sempre esquecendo de algo importante é bem sintomático dessa situação.
Portanto, adquira o hábito de, à noite, antes de dormir, fazer uma lista com todas as coisas que precisa fazer no dia seguinte. Enquanto escreve, já ficará evidente se existem compromissos demais. Se for o caso — e, para os ansiosos, tende a ser… — distribua o que não for prioridade entre os próximos dias.
Quando você organiza os afazeres, consegue se propor metas mais objetivas, localizadas em tempo e espaço. Também consegue enxergar se está exagerando. Além disso, o exercício de anotar tira muita coisa da cabeça. Literalmente, descarrega.
A ansiedade pode gerar insônia ou sono agitado. Favoreça suas horas de descanso, da melhor forma possível.
Pelo menos uma hora antes de ir para cama, comece um ritual. Tome um banho relaxante, vista uma roupa confortável. Tome aquele chá de camomila.
Evite atividades ou conversas estressantes nesse período. Esqueça o celular. A não ser que você só o use para amenidades.
Veja um episódio daquela série que você gosta! Escute as músicas terapêuticas que sugerimos na dica 6.
Pingue umas gotinhas de óleo essencial de lavanda, no travesseiro. Você dormirá mais rápido e seu repouso será bem mais sereno.
Caso não tenha rotina de horário para dormir, procure reverter esse quadro. Quando nos habituamos a um horário fixo, para dormir e para acordar, demoramos menos a pegar no sono e acordamos com mais disposição.
Analise sua ansiedade. Comece a entendê-la como re/ação. Ou seja, algo a desencadeia, alimenta. Descubra esses gatilhos.
Em contrapartida, outras circunstâncias são relaxantes para você — e podem ser antídotos às sensações e pensamentos negativos. Repare em seus humores, em seu corpo, nas coisas que diz e planeja. Até nas roupas que veste! Tudo é reflexo de nossa saúde mental.
Para compreender o que desencadeia boas e más reações, observe-se. Uma forma bem efetiva de conseguir se enxergar, com maior clareza, é com um diário.
Escrever sobre seus dias servirá como um meio de “descarregar” aflições, uma autoterapia, uma fonte de alívio para os pensamentos obsessivos. O que vai para o papel, desocupa a cabeça.
Não se preocupe com a qualidade do texto. Anote o que lhe ocorrer, sem escolher muito. Se não souber por onde começar, descreva coisas simples, como o que comeu, o que vestiu, onde foi, com quem conversou, o que lhe preocupa no momento. Enquanto escreve, você estará convocando a lembrança de sensações. Tente registrá-las também.
Depois de uma semana, você pode reler o que escreveu. E já notará pistas sobre seus fatores estressores. Não ignore coincidências. E procure ver além da superfície.
O mais importante, para a pessoa ansiosa, é encontrar formas de ajuda que permitam enfrentar as crises. Técnicas de respiração, acupuntura, meditação e terapia online são estratégias nas quais que vale a pena investir.
Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!
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