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Doenças psicossomáticas: o que são e como evitá-las?

As doenças psicossomáticas, também chamadas de transtornos somatoformes, são originadas do desequilíbrio emocional. Elas são como sinais para avisar que algo não está certo conosco, uma forma do corpo e a mente pedirem uma pausa.

O estresse, a raiva, a tristeza, a preocupação e o nervosismo são algumas das emoções que causam essas doenças. Os pensamentos também são responsáveis, em parte, por seu surgimento. Afinal, é através deles que nós alimentamos sentimentos e emoções.

A ansiedade, por exemplo, tem início no pensamento. A pessoa ansiosa passa horas remoendo todos os detalhes das interações e situações que viveu. Essa postura neurótica resulta em mais ansiedade e o acúmulo desta pode afetar o corpo físico.

A mente e o corpo estão mais interligados do que as pessoas pensam. É importante prestar atenção no seu comportamento, hábitos e palavras, especialmente os que se manifestam inconscientemente, bem como nas emoções por trás deles.

O que são doenças psicossomáticas?

Quando não tratado, um desequilíbrio emocional ou psicológico pode afetar o funcionamento do corpo. Raramente é possível prever qual parte do corpo ou órgão essa desordem irá atacar.

Algumas pessoas apresentam disposição genética para determinadas condições, tornando o diagnóstico um pouco mais claro, mas não há garantia que a patologia “de família” se manifestará.

As doenças psicossomáticas não alteram, de fato, o organismo. A pessoa vai ao médico e se queixa de uma dor constante. Entretanto, quando o resultado dos exames chega, ela não apresenta nenhuma causa ou sinais de patologia.

De fato, é comum indivíduos com sintomas psicossomáticos visitarem o consultório médico ou pronto-socorro diversas vezes para buscar um diagnóstico. O doutor logo afirma que “a causa é emocional” e sugere uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra.

Geralmente, as pessoas percebem os seus maus hábitos ou emoções somente quando descobrem alguma patologia física. O estresse ocupacional, por exemplo, chama atenção no momento em que a pessoa não aguenta mais a rotina puxada no trabalho. “De súbito”, a taquicardia, pressão alta, episódios de desmaio ou ataque de ansiedade aparecem.

As principais doenças psicossomáticas

As doenças psicossomáticas podem se manifestar fisicamente em quase todos os órgãos, além de piorar condições de saúde existentes. Algumas são bastante conhecidas, pois acometem uma grande quantidade de pessoas. Para clarificar todas as suas dúvidas, confira abaixo uma lista completa com as patologias mais comuns:

  1. Cabeça: dor de cabeça, enxaqueca ou cefaleia, visão turva, alterações no equilíbrio e na motricidade;
  2. Pele: alergias, coceira, acne, ardência ou formigamentos;
  3. Garganta: infecções mais constantes e sensação de nó na garganta;
  4. Coração e circulação: dores no peito, palpitações, pressão alta e aumento das chances de infarto;
  5. Pulmões: falta de ar e sensações de sufocamento;
  6. Estômago: náusea, azia, gastrites e úlceras gástricas;
  7. Intestino: diarreia ou prisão de ventre;
  8. Rins e bexiga: sensação de dor ou dificuldade para urinar que se assemelham a doenças urológicas;
  9. Órgãos sexuais: impotência sexual, diminuição do apetite sexual, dificuldade para engravidar e alterações no ciclo menstrual;
  10. Músculos e articulações: tensão, formigamentos e dores musculares inexplicáveis.

Causas das doenças psicossomáticas

Todas as patologias psicossomáticas possuem praticamente a mesma causa: emoções negativas intensas e constantes. A constância pode ser de semanas, meses ou anos. O modo como o corpo é afetado depende do organismo, estilo de vida e heranças genéticas de cada um.

Pessoas que estão sempre impacientes, desanimadas ou tristes são fortes candidatas a desenvolverem uma ou mais doenças psicossomáticas. Também é possível desencadear uma condição de saúde durante períodos de muita tensão, mesmo que breves.

Esses períodos são únicos e muito pessoais. Embora a maioria dos indivíduos tenha uma reação semelhante a eventos altamente estressantes, como um assalto ou acidente de carro, as pessoas podem reagir de maneira única a vivências semelhantes.

Uma demissão pode levar alguém a um colapso nervoso enquanto outra pessoa pode transformar o ocorrido em uma oportunidade para seguir um sonho. Nesse contexto, tentar administrar suas emoções e buscar uma vida mais leve, mais plena, pode ser uma ótima saída.

Fatores influenciadores das patologias psicossomáticas

Como os fatores influenciadores das patologias psicossomáticas são diversos, separamos alguns para facilitar a sua compreensão:

  • Percepção negativa de si mesmo: dificuldade de controlar emoções e pensamentos, de resolver problemas, de criar conexões significativas, de superar acontecimentos do passado ou tendência à negatividade, queixas e distúrbios de personalidade. A forma como você se vê sem dúvidas reflete na forma como você internaliza os sentimentos e interpreta as atitudes e opiniões alheias;
  • Percepção negativa sobre o mundo: raiva ou desesperança com a política, o meio ambiente, a sociedade, os conflitos sociais, a economia, entre outros elementos do ambiente externo onde se encontra. Descrença na possibilidade de um mundo melhor também é notável;
  • Hábitos negativos: recorrer às compulsões para aliviar sentimentos negativos, como comer, beber, fumar ou fazer sexo excessivamente. Expressar autossabotagem, preguiça, conformismo, negação e autocrítica em resposta a desafios ou a término de relacionamentos, demissão, divórcio, brigas entre amigos, entre outros;
  • Situações estressantes e incontroláveis: pandemia da COVID-19, desemprego, morte de alguém querido ou de um bicho de estimação, perda de imóvel, veículo ou objetos pessoais, desastres naturais, rotina de trabalho corrida; e
  • Questões genéticas e fisiológicas: patologias originadas de herança familiar.

Como identificar uma doença psicossomática

Se você não obtiver nenhum diagnóstico após consultar um médico e realizar os exames necessários para descobrir a origem do desconforto físico, é provável que a doença seja de origem emocional ou psicológica. Um psicólogo pode confirmar um diagnóstico após algumas consultas assim como definir um tratamento.

Se já existe algum elemento que está causando incômodo em sua vida, fica mais fácil identificar a causa dos sintomas. Caso contrário, talvez seja necessário refletir sobre o seu modo de vida e as suas emoções.

Como promover o bem-estar no dia a dia

Agora que você sabe tudo sobre as doenças psicossomáticas já consegue compreender a importância de cuidar da saúde mental! Todas as pessoas deveriam ativamente procurar maneiras de se sentirem bem em vez de esperarem um aviso do corpo – cujo processo é mais doloroso e desagradável.

O seu humor não é apenas uma resposta a algo engraçado ou o sentimento com o qual você encara o dia, mas, sim, um ingrediente indispensável para o seu bem-estar diário. Assim como você deve comer alimentos nutritivos para manter a saúde do corpo (e afastar a depressão também!), tem o dever de cuidar do humor.

A questão não é estar sempre alegre e saltitante por onde passa. Ficar para baixo ou ansioso de vez em quando é totalmente normal. Além de não ser possível manter um sorriso no rosto todos os dias, você não deve ignorar quando estiver mal. Da mesma forma, não precisa expressar o sentimento através de grosserias.

É através do autoconhecimento e das habilidades intrapessoais que você se torna capaz de passar de uma conduta estressada para uma mais tranquila.

1.      Reflita sobre os fatores que te perturbam

A autorreflexão é um exercício que pode ser praticado diariamente ou semanalmente para identificar os pontos desagradáveis em sua vida. Após estabelecer os fatores conflitantes, reflita sobre possíveis soluções, mesmo as que você considere impossíveis. Dessa forma, você também melhora a sua assertividade.

Aliás, a reflexão também facilita a substituição de hábitos negativos por positivos. Se você costuma correr para a geladeira ou entornar garrafas de bebida quando está frustrado, saiba que esses comportamentos compulsivos não são nada saudáveis.

Nem sempre você terá a escolha de obter prazer instantâneo para se sentir melhor. Portanto, troque a compulsão pelo esclarecimento para prolongar a paz de espírito.

2.      Desenvolva mecanismos para lidar com situações ruins

As situações ruins não precisam permanecer ruins. Você pode desenvolver estratégias para lidar com elas de forma que não causem tanto (ou nenhum) impacto em seu emocional.

Assim que sentir-se incomodado, respire fundo e analise o sentimento para só depois tomar uma atitude a respeito da pessoa ou da situação irritante. Logo você perceberá que muitas das suas reações são inconscientes e podem até mesmo passar a mensagem oposta à desejada.  

Ao se deparar com uma situação ruim ou estressante, pare e respire fundo por alguns minutos

3.      Dedique mais tempo para a sua saúde mental

Há um remédio muito simples para a saúde mental perturbada: o autocuidado, ou seja, dar atenção a você mesmo. Faça o que você gosta, converse com quem você ama e escolha apenas o que lhe faz bem. Ser verdadeiro consigo mesmo é um método de prevenção excelente contra transtornos mentais e perturbações emocionais.

Preferencialmente, crie tempo para exercitar o cérebro através de atividades gratificantes, como meditação, corrida, pintura, música, jogos, pilates e mais. A vantagem de desenvolver um hobby de longo prazo é ter uma alternativa para descansar a mente ou desestressar após um dia ruim quando quiser.

4.      Aprenda mais sobre si mesmo através da psicoterapia

A psicoterapia promove o autoconhecimento, o bem-estar, a saúde mental e o amor-próprio tudo junto! Ainda existem percepções equivocadas que atribuem a condição de loucura aos pacientes de terapia, mas essas estão longe da verdade. A psicoterapia é uma forma de conhecer mais sobre si mesmo e aprender a viver melhor, conforme as próprias regras e de maneira saudável.

Se você ficou interessado, faça uma busca no site da Vittude para dar uma olhada nos psicólogos disponíveis.

Leia mais:

Tatiana Pimenta

CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta

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