Tripofobia: o medo excessivo de padrões geométricos
26 de dezembro de 2017
Tempo de leitura: 7 minutosTripofobia é um medo ou desconforto irracional com padrões geométricos. Antes de começarmos a falar sobre a Tripofobia em si, é importante conceituarmos o que é uma fobia.
A tripofobia não é oficialmente reconhecida como um transtorno mental, mas pode ser enquadrada na ampla categoria de fobia específica se o medo estiver envolvido ou se o medo for excessivo e angustiante para o indivíduo.
Embora poucos estudos tenham sido feitos sobre a tripofobia, alguns pesquisadores supõem que ela é resultado de uma repulsa biológica que associa formas tripofóbicas com perigo ou doença, e por esta razão, pode ter uma base evolutiva.
Fobia: o que é?
Fobia é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizada pelo medo exagerado ou aversão persistente de um determinado objeto e/ou formas, situação e animais. Na maioria das vezes esse medo é irreal ou muito superior ao perigo real do objeto ou situação. Assim, quem sofre com determinada fobia enfrenta o aparecimento súbito de medo, que pode provocar um sofrimento persistente. O indivíduo, em geral, realiza um esforço para evitar situações (por exemplo, ficar em ambientes fechados, dirigir ou realizar uma viagem de avião) ou objetos (aranhas, baratas ou cachorros). Um sujeito que sofre de aracnofobia (medo de aranhas), por exemplo, pode experimentar um ataque de pânico ao ver uma aranha se aproximar.
Tipos de fobias
As fobias podem ser divididas em três tipos:
- Fobias específicas;
- Fobias sociais;
- Agorafobia.
Entre as fobias específicas mais comuns estão o medo de dirigir (amaxofobia), o medo de lugares fechados (claustrofobia) e o medo de altura (acrofobia). A fobia é tratada como patologia, sendo considerada uma doença psicológica. Ela causa medo mórbido, repulsa e angústia intensa.
Tripofobia: o medo de padrões geométricos
A tripofobia é caracterizada pela aversão ou desconforto extremo de padrões geométricos. Sejam eles apresentados pela natureza ou por situações cotidianas, como a repulsa ao ver a imagem de uma colméia de abelhas ou uma pilha de tubos de PVC.
Indivíduos que sofrem de tripofobia, a imagem de bolhas de sabão, dos tentáculos de um polvo, dos furinhos de um morango ou de um chocolate aerado, podem causar dores de cabeça, sudorese, enxaqueca e em casos extremos uma crise de pânico.
Tripofobia é um termo bastante pesquisado na internet, havendo uma grande quantidade de pessoas que manifestam seu desconforto com as formas geométricas agrupadas. No entanto, não é reconhecida como uma desordem mental. Os estudos sobre a tripofobia são limitados e a pesquisa disponível está dividida sobre se deve ou não ser considerada uma condição oficial.
Gatilhos
Não se sabe muito sobre a tripofobia, entretanto, algumas imagens podem se tornar gatilhos para o sentimento de repulsa e desconforto:
- Favos de mel;
- Morangos;
- Corais e elementos marinhos;
- Romãs;
- Bolhas de sabão;
- Conjunto de olhos;
- Vagens de semente de lótus;
- Cabeça de alho;
- Alguns animais, inclusive insetos, com pele manchada, podem desencadear alguma reação repulsiva por parte do tripofóbico.
Sintomas da Tripofobia
Os sintomas são alegadamente desencadeados quando uma pessoa vê um objeto com pequenos cachos de furos ou formas que se assemelham a furos. Ao ver um conjunto de buracos, as pessoas com tripofobia reagem com repulsa ou medo. Alguns dos sintomas incluem:
- Arrepios;
- Desconforto visual, como fadiga ocular, distorções ou ilusões;
- Angústia;
- Irritações na pele;
- Ataques de pânico;
- Sudorese;
- Náuseas;
- Tremores de corpo.
Alguns pesquisadores não concordam em classificar ou não a tripofobia como fobia real. Um dos primeiros estudos sobre o tema, publicado em 2013, sugeriu que a fobia pode ser uma extensão de um medo biológico de coisas nocivas. Os pesquisadores descobriram que os sintomas foram desencadeados por cores de alto contraste em um determinado arranjo gráfico. Eles argumentam que as pessoas afetadas pela tripofobia estavam subconscientemente associando itens inofensivos, como vagens de sementes de lótus, com animais perigosos, como o polvo de azulejo.
Um estudo publicado em abril de 2017 contesta essas descobertas. Pesquisadores avaliaram estudantes pré-escolares para confirmar se o medo ao ver uma imagem com pequenos buracos é baseado em um medo de animais perigosos ou uma resposta a traços visuais. Os resultados sugerem que as pessoas que experimentam a tripofobia não têm medo inconsciente de criaturas venenosas. Em vez disso, o medo é desencadeado pela aparência da criatura.
O “Manual de Diagnóstico e Estatística” da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5) não reconhece a tripofobia como uma fobia oficial. Mais pesquisas são necessárias para entender o alcance total da tripofobia e as causas da condição. Por não ser oficialmente reconhecida, essa fobia não é uma condição diagnosticável pela comunidade médica e associações de saúde mental.
Fatores de risco para tripofobia
Não se sabe muito sobre os fatores de risco ligados à esta fobia. Um estudo de 2017 encontrou uma possível ligação entre a tripofobia e o Transtorno Depressivo Maior e o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). De acordo com os pesquisadores, as pessoas com tripofobia eram mais propensas a experimentar transtorno depressivo maior ou TAG. Outro estudo publicado em 2016 também observou uma ligação entre ansiedade social e tripofobia.
Tratamento
Existem diferentes maneiras de iniciar o tratamento de uma fobia. A forma mais eficaz de tratamento é a terapia de exposição, hoje muito ajudada pela tecnologia. Atualmente é possível utilizar recursos de realidade virtual para um tratamento eficaz de diversas fobias.. A terapia de exposição é um tipo de psicoterapia que se concentra em mudar sua resposta ao objeto ou situação causando seu medo.
Uma abordagem terapêutica bastante eficiente no tratamento de uma fobia é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC). A Terapia Cognitiva combina a terapia de exposição com outras técnicas para ajudar o indivíduo a gerenciar sua ansiedade e evitar que seus pensamentos se tornem esmagadores.
Outras opções de tratamento que podem ajudá-lo a gerenciar sua fobia incluem:
- Psicoterapia;
- Técnicas de relaxamento, como respiração profunda e yoga;
- Prática de atividade física e exercícios para gerenciar a ansiedade;
- Respiração consciente, observação, escuta e outras estratégias conscientes para ajudar a lidar com o estresse;
- Mindfulness.
Com a devida orientação de um psiquiatra, também pode ser recomendado o uso de medicamentos como betabloqueadores e ansiolíticos, para ajudar a reduzir e controlar a ansiedade.
Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!
Outras dicas importantes:
- Cultive um sono de qualidade, procurando dormir 8 horas por dia;
- Mantenha uma dieta saudável e equilibrada;
- Evite cafeína e outras substâncias que possam piorar a ansiedade;
- Entre em contato com amigos, familiares ou um grupo de suporte para se conectar com outras pessoas gerenciando os mesmos problemas;
- Enfrente situações de medo com a maior frequência possível.
* Artigo atualizado em 19/04/2019
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre outras fobias? Vem conferir os artigos abaixo: