Comportamento autodestrutivo: 7 sinais para ficar atento

Comportamento autodestrutivo é qualquer comportamento prejudicial ou potencialmente prejudicial para a saúde ou vida de uma pessoa, podendo chegar a pontos extremos como a automutilação e o suicídio.

Ações autodestrutivas podem ser deliberadas, oriundas de impulso ou desenvolvidas como um hábito. O termo, no entanto, tende a ser aplicado à autodestruição que é fatal, como colocar fim à própria vida, ou potencialmente criadora de hábitos ou vícios.

O comportamento autodestrutivo é frequentemente associado a doenças mentais, como transtorno de personalidade borderline ou esquizofrenia. Ele se manifesta de maneira inconsciente. Vagarosamente, ele se torna uma conduta do indivíduo, que passa a ter atitudes e tomar decisões prejudiciais para si mesmo.

Para quem vê de fora, não é fácil compreender as motivações da pessoa autodestrutiva. Suas atitudes podem até mesmo parecer loucura aos olhos alheios. A pessoa que apresenta esse comportamento, na verdade, raramente tem consciência de que está causando mal a si mesma.  

O que é comportamento autodestrutivo?

O comportamento autodestrutivo pode tomar várias formas. Não é apenas o abuso de álcool e drogas ou automutilação, como costumamos pensar. 

Hábitos negativos que nos prejudicam, mas sentimos prazer em cultivá-los, também integram esse tipo de comportamento. Por exemplo, comer compulsivamente, comprar por impulso, descontar frustrações em outras pessoas, autossabotagem, isolamento social, entre outros.

Uma forma de aliviar 

Essas atitudes negativas momentaneamente aliviam a tensão e trazem prazer. São válvulas de escape do estresse, da depressão, dos pensamentos ruins, e dos problemas da vida como um todo. 

Todos nós sentimos a necessidade de extravasar sentimentos negativos por meio de encontros com amigos, happy hour depois do trabalho, ou churrasco de fim de semana. Ou seja, através de momentos de descontração que balanceiam os altos e baixos do cotidiano.

O problema é quando hábitos danosos se tornam o escape de nossos problemas. Sem perceber, passamos a alimentar comportamentos que nos fazem mal. Como não sentimos as consequências negativas logo no início, continuamos a perpetuá-los. 

Chega um momento que notamos a ausência de controle sobre esses hábitos autodestrutivos. Eles acabam tomando conta de quem os cultiva, podendo se transformar em vícios. Este nada mais é do que um hábito repetitivo extremamente prejudicial para o indivíduo, fortalecido pelo prazer imediato e a dependência.

Uma forma de controlar 

Quando passamos por momentos de grande adversidade, nos sentimos impotentes. Então, a tendência é procurar algo que crie a ilusão do controle em nossas vidas enquanto não conseguimos resolver o impasse. 

Malhar freneticamente é uma delas. Muitas pessoas passam horas na academia na esperança de criar uma distração para seus problemas. Algumas horas, porém, podem se transformar em longos períodos de exercício quando elas não se exercitam pelo motivo correto (emagrecer, movimentar o corpo ou bem-estar). 

A necessidade excessiva de controle pode fazer com que alguém se torne obcecado por se exercitar – ou por qualquer hábito nocivo, como comer ou trabalhar de forma compulsiva. Qualquer excesso, no entanto, é ruim para nossas vidas. Precisamos aprender a balancear o bom e o ruim sem pender para um lado. 

O que causa o comportamento autodestrutivo?

Não há uma causa única. Cada um tem uma história própria. Um indivíduo pode se tornar alcoólatra por ter sofrido abuso, ter presenciado esse hábito na infância por meio dos pais, pelos impasses da vida adulta, ou simplesmente porque o beber socialmente saiu fora de controle. 

As pessoas reagem de forma diferente às experiências de vida. Por mais que determinadas situações possam não parecer tão sérias para uns, as mesmas deixam marcas profundas em outros. Por isso, não podemos fazer julgamentos.

O comportamento autodestrutivo é uma resposta a uma dor emocional reprimida, a qual pode ter inúmeras causas. Quando a pessoa não consegue exteriorizar o que sente de maneira saudável, utiliza os recursos disponíveis para ela. E esses, como sabemos, nem sempre são apropriados. 

Sinais de comportamento autodestrutivo

Qualquer pessoa pode, em algum momento, desenvolver hábitos autodestrutivos. Mesmo que você não tenha vivido em adversidade, algum evento inesperado pode afetar a sua vida e o seu emocional. É assim que, sorrateiramente, hábitos negativos se instalam em nós. 

Por isso, separamos uma lista de sinais que você deve vigiar com atenção se notar a existência deles.  

1. Reações negativas ao sucesso 

A pessoa autodestrutiva não consegue reconhecer as suas conquistas. Ela as vê com descaso, como se não fossem importantes, e rejeitam elogios. Embora seja competente para completar tarefas, sente que não merece reconhecimento. Além disso, tem a autoestima muito baixa, sendo incapaz de valorizar si mesma e suas qualidades.

2. Autossabotagem

Como não se sente merecedora, a pessoa autodestrutiva sabota seus relacionamentos, seu trabalho, suas vitórias, os pequenos prazeres que sente ao fazer uma atividade e, principalmente, seu desenvolvimento pessoal. Encontra defeitos e empecilhos em tudo para justificar a sua necessidade de sabotagem. É comum que esse comportamento seja inconsciente e a pessoa não se dê conta das oportunidades perdidas. 

3. Crenças negativas

Nossas crenças exercem um papel vital em como agimos e percebemos a vida. Quando são muito negativas, a tendência é não conseguir ver o lado bom. Crenças como “as pessoas não me entendem”, “eu não sou merecedor”, “a vida é muito difícil”, e “nada que eu fizer dará certo”, nos imobilizam. Somos incapazes de apreciar a vida como ela verdadeiramente é, pois nossa mente já armazenou dezenas de pré-julgamentos. 

4. Agressividade descontrolada

A raiva é um dos muitos sentimentos reprimidos em pessoas autodestrutivas. Ela pode se manifestar de forma incontrolável diante da adversidade, ou em situações que, a princípio, não são tão sérias assim. 

Por isso, são pessoas hostis que não aceitam as palavras e os comportamentos alheios facilmente. Para elas, tudo é um ataque pessoal. Desse modo, acabam prejudicando relacionamentos em potencial e ganhando fama negativa por onde passam.

5. Abuso de substâncias 

O abuso de substâncias é uma característica conhecida do comportamento autodestrutivo. Drogas e álcool podem proporcionar alívio imediato, porém, são incapazes de extinguir o problema. Assim, a pessoa acaba se viciando para reviver aquele curto período de prazer. Esse hábito causa diversos problemas não apenas para a pessoa, mas para amigos e familiares que tentam ajudar. 

6. Atitudes conflituosas

Apesar de desejar ser um bom funcionário, a pessoa chega atrasada, não cumpre promessas e cria discórdia no ambiente de trabalho. Embora queira sair para se divertir com amigos, chegando lá, reclama de tudo, nada lhe agrada e vai embora mais cedo. É um conflito entre o querer e o não querer. 

A pessoa autodestrutiva não consegue alinhar seus desejos com seus comportamentos. Depois, se sente culpada por ter gerado sofrimento aos outros. Já que seu comportamento é incompreensível para ela mesma, não entende o que deve para não agir assim. 

7. Desejo de automutilação

Este sinal é um comportamento extremamente autodestrutivo. A pessoa autodestrutiva pode se machucar ou sentir o desejo por fazê-lo por múltiplas razões. Estas nem sempre são compreensíveis. Comumente, as pessoas relatam que é uma forma de aliviar a dor interna. É também provável que seja um indicativo de um transtorno psicológico não identificado. Bom reforçar que apenas um psicólogo ou psiquiatra pode confirmar as especulações. 

O que fazer para reverter o comportamento autodestrutivo?

É importante identificar as causas desses hábitos autodestrutivos para substituí-los por hábitos mais saudáveis e tratar a dor emocional por trás deles. A compreensão que somos capazes de mudar também é necessária para iniciar a ressignificação das crenças e dos episódios negativos os quais vivenciamos.

O autoconhecimento trabalha a nossa autopercepção. Descobrimos quem somos e quem queremos ser, além de identificar qualidades, defeitos, talentos, sonhos e habilidades escondidas. 

Com ele, compreendemos que somos responsáveis pela maneira que sentimos e podemos controlar nossas reações à adversidade. Dessa forma, podemos tomar decisões mais inteligentes e conscientes de seus benefícios para nós. 

O autoconhecimento pode ajudar a identificar a origem dos comportamentos autodestrutivos bem como encontrar soluções para eliminá-los.  E, para isso, não conheço instrumento melhor que a psicoterapia.

Embora o processo seja um tanto doloroso, é necessário para chegar até a raiz do problema. Ao substituir padrões antigos e prejudiciais por novos, aprendemos a aproveitar somente o melhor da vida.  

Plataformas como a Vittude podem facilitar a busca por um psicólogo que atenda a requisitos específicos para atender a todos que precisem de acompanhamento. Acesse nosso site e confira você mesmo todas as oportunidades oferecidas!

O que fazer para ajudar alguém próximo?

Pode ser desesperador quando alguém que amamos se comporta colocando em risco sua saúde e segurança. Da mesma forma que não percebemos nossos próprios atos nocivos, as outras pessoas também não o fazem. Por isso é tão difícil conversar com alguém sobre seu próprio comportamento. Se a pessoa não tem consciência dele, pode até se ofender com as nossas palavras.

Até mesmo quando um indivíduo tem uma leve noção do que está fazendo, ele apresenta relutância a mudar. Em sua mente, aquela atitude traz uma espécie de conforto, então, não há razão para pará-la.  

Para ajudar uma pessoa autodestrutiva, é preciso paciência e compaixão. Mantenha um diálogo brando e livre de julgamentos, sem invadir a privacidade dela. Oriente a pessoa a buscar ajuda e escuta especializada de um psicólogo. Este é o profissional que estudou para ajudar outras pessoas a lidar com seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Apesar da nossa boa intenção, não temos um preparo emocional e conhecimento técnico para ajudar corretamente as pessoas que apresentam um comportamento destrutivo. Conseguimos aconselhá-las a procurar uma atividade para se distrair. Podemos também incentivar o início de uma atividade física ou descoberta de um hobby. Mas somente um profissional é capaz de atuar de forma eficaz na mudança do comportamento.

Se notar alguma resistência, se ofereça para acompanhá-la até o local e demonstre o seu apoio ou recomende a terapia online. A tecnologia deixou esse tipo de cuidado mais acessível, sigiloso e possível de ser recebido de um local e horário onde cada pessoa se sinta mais confortável. Assim, ficará mais fácil para a pessoa querida sair do estado de negação e lidar com o problema.  

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Autor

Tatiana Pimenta

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CEO e Fundadora da Vittude. É apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental. Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley. É maratonista e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. Você também pode me seguir no Instagram @tatianaacpimenta